O regime comunista da China rebateu nesta segunda-feira (25) o alerta feito pelo chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, almirante Alvin Holsey, que na quarta-feira (20) falou em Buenos Aires que Pequim busca “exportar seu modelo autoritário” para a América Latina por meio de acordos econômicos, militares e de infraestrutura.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, classificou as declarações do militar americano como parte de “um velho padrão, falso e inconsistente com os fatos”, acusando Washington de manter “uma mentalidade própria da Guerra Fria que muitas pessoas nos Estados Unidos ainda mantêm”.
Segundo Guo, a atuação chinesa na região é baseada em cooperação “com respeito, igualdade, benefício mútuo e inclusão”. Ele afirmou que a parceria entre Pequim e os países latino-americanos “atendeu ao interesse comum de ambas as partes” e “impulsionou as economias desses países”, sendo “bem recebida” pela população local. O porta-voz ainda destacou que a América Latina “não é o quintal de ninguém” e “tem todo o direito de escolher seus parceiros e seu próprio caminho de desenvolvimento”.
O pronunciamento ocorreu em reação direta às críticas de Holsey, que durante a Conferência Sul-Americana de Defesa (Southdec 2025), em Buenos Aires, havia alertado sobre os riscos da crescente presença chinesa no Hemisfério Sul. O almirante acusou o Partido Comunista Chinês (PCCh) de conduzir “uma metódica incursão na região” com o objetivo de “extrair recursos valiosos e estabelecer infraestrutura de possível uso duplo, desde portos até o espaço”.
Holsey também destacou a vulnerabilidade de pontos estratégicos como o Estreito de Magalhães, a Passagem de Drake e o Canal do Panamá. “Esses corredores funcionam como gargalos estratégicos que poderiam ser utilizados pelo PCCh para projetar poder, interromper o comércio e desafiar a soberania das nossas nações”, declarou.
Acompanhando o chefe do Comando Sul, o subsecretário de Defesa para Assuntos Hemisféricos dos EUA, Roosevelt Ditlevson, reforçou a acusação de que empresas chinesas buscam dominar setores estratégicos no continente. “As empresas chinesas capturam terras, capturam infraestrutura crítica e setores estratégicos como energia e comunicações. A China controla a inteligência militar e as instalações espaciais em todo este hemisfério e ameaça pontos de acesso marítimo críticos, como o Canal do Panamá, que é vital para a economia de cada nação”, afirmou.
Fonte: gazetadopovo