Um novo avanço para o setor cafeeiro brasileiro foi confirmado com a autorização da China para que 183 empresas passem a exportar café ao país asiático. O anúncio foi feito pela Embaixada da China no Brasil, destacando que a medida tem validade de cinco anos e entrou em vigor em 30 de julho.
A data coincide com a assinatura de um tarifaço pelos Estados Unidos, que oficializou uma taxação de 50% sobre o café brasileiro, medida que passa a valer em 6 de agosto. Essa decisão aumentou as incertezas no setor, já que os EUA são o principal destino do produto nacional.
Segundo dados do Cecafé, somente no primeiro semestre de 2025, foram exportadas 3,3 milhões de sacas de 60 quilos para os EUA, enquanto a China recebeu cerca de 529 mil sacas — uma diferença de mais de seis vezes. Mesmo assim, o mercado chinês tem potencial de crescimento. Entre 2020 e 2024, as importações líquidas de café na China aumentaram 13,08 mil toneladas. O consumo per capita ainda é baixo, com média de 16 xícaras por ano, frente à média global de 240.
O Ministério da Agricultura e o Cecafé ainda não comentaram oficialmente a decisão chinesa. No entanto, pesquisadores do Cepea/USP alertam que o cenário pode exigir uma reestruturação nas estratégias do setor, com redirecionamento da produção e ajustes logísticos para compensar as perdas no mercado americano.
Apesar de uma lista com quase 700 produtos brasileiros isentos da nova tarifa americana, o café não foi incluído. O Cecafé segue em negociações para tentar reverter a decisão e incluir o produto entre as exceções.
Fonte: cenariomt