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SAÚDE

Chimpanzés percussionistas: como eles ajustam ritmos conforme o grupo

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A mĂșsica nĂŁo Ă© uma exclusividade dos seres humanos: os chimpanzĂ©s tambĂ©m tĂȘm ritmo, de acordo com um novo estudo que pode ajudar a entender as raĂ­zes evolutivas da mĂșsica.

JĂĄ se sabia que esses macacos batucavam nas raĂ­zes de ĂĄrvores para mandar sinais uns para os outros, cada um com um estilo diferente, mas agora hĂĄ certeza de que eles sĂŁo seres rĂ­tmicos.

Isso significa que o batuque desses macacos não é aleatório: ele segue um padrão e contagem de tempo que é compartilhado por chimpanzés, mas que varia de acordo com cada subespécie dos animais. Hå pausas regulares entre as batidas nas raízes das årvores, como se os símios estivessem lendo uma partitura.

As diferenças de ritmos aparecem comparando os chimpanzés ocidentais e orientais, duas das quatro subespécies do chimpanzé-comum (Pan troglodytes). Junto dos bonobos, esses são os parentes vivos mais próximos dos Homo sapiens. Por causa disso, os cientistas por trås da pesquisa sugerem que as primeiras características do que hoje é a musicalidade humana devem ter surgido em um ancestral em comum dos chimpanzés e sapiens.

O artigo que explica todas essas descobertas foi publicado no periódico Current Biology e foi liderado pela pesquisadora Vesta Eleuteri, vinculada à Universidade de St. Andrews, no Reino Unido, e à Universidade de Viena, na Áustria.

Diferenças de gĂȘnero (musical)

A equipe internacional de pesquisadores envolvida no estudo analisou 371 rodadas de batuque de 47 chimpanzĂ©s diferentes. Esses animais faziam parte de seis populaçÔes diferentes de duas subespĂ©cies. Todos eles apresentaram um padrĂŁo rĂ­tmico na percussĂŁo (uma sequĂȘncia que tinha algum nĂ­vel de previsibilidade).

Quando foram comparar as habilidades percussivas dos chimpanzĂ©s-orientais e dos chimpanzĂ©s-ocidentais, os pesquisadores perceberam diferenças entre as subespĂ©cies. Enquanto os ocidentais batucavam com um ritmo constante, com intervalos espaçados igualmente, os orientais variavam entre pausas mais longas e mais curtas. É como se os chimpanzĂ©s-ocidentais fossem bateristas alemĂŁes de krautrock, segurando uma mesma pulsação por dez minutos, enquanto os chimpanzĂ©s-orientais poderiam carregar uma escola de samba.

Os chimpanzĂ©s-ocidentais tambĂ©m batucam num andamento mais acelerado que seus primos orientais, com mais batidas por seção de percussĂŁo. Por enquanto, ainda estĂĄ cedo para tentar dizer o motivo que leva os animais a apresentar essas diferenças entre subespĂ©cies. NĂŁo parece ser uma questĂŁo ecolĂłgica, de influĂȘncia do ambiente, mas sim algo relacionado a diferenças sociais entre eles.

Esses intervalos diferentes e variĂĄveis do batuque dos chimpanzĂ©s-orientais podem ser usados para transmitir mais informaçÔes para os outros macacos. Por mais que essa percussĂŁo nĂŁo lembre muito a mĂșsica humana, jĂĄ Ă© evidĂȘncia suficiente para considerar que os primeiros traços de mĂșsica surgiram muitos anos antes do que os cientistas imaginavam, cerca de 6 ou 7 milhĂ”es de anos atrĂĄs.

Fonte: abril

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