Christinny dos Santos
Única News
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) afirmou que as projeções dos casos de arboviroses, em especial a chikungunya, ainda não chegaram ao pico no estado e encaminhou às autoridades uma proposta para a criação de centros de triagem 24 horas. O “auge” da doença deve ocorrer entre março e abril, preveem os profissionais da saúde.
“As projeções indicam que ainda não estamos no pico de casos, previsto para ocorrer entre março e abril, coincidindo com o período de maior incidência de doenças respiratórias e isso vai pressionar ainda mais o sistema de saúde”, explicou o presidente do CRM-MT e um dos autores da recomendação técnica, Diogo Sampaio.
Atualmente, duas arboviroses são as que mais preocupam. A chikungunya, que já tem 16 mortes confirmadas e outras 12 em investigação, e a dengue, com 8 óbitos: 4 confirmados e 4 em investigação. O número de pessoas infectadas com essas doenças ultrapassa os 20 mil, somente em casos confirmados.
Os números se tornam ainda mais assustadores quando comparados aos registros de 2024, ano em que foram registrados 21.373 casos de chikungunya e 40 mil casos de dengue em todo o estado. Isto porque, em apenas dois meses, já foram registrados 57,3% e 20,1%, respectivamente, do total de casos registrados naquele ano.
De igual forma, é alarmante o número de mortes. Ao longo de 2024, foram registrados 34 óbitos por dengue, 31 confirmados e 3 ainda em investigação, enquanto pela chikungunya foram 28, sendo 21 confirmados e 7 em investigação. As mortes registradas nos primeiros dois meses de 2025 representam, respectivamente, 23,5% (8 mortes) e 100% (28 mortes) do total registrado ao longo do ano anterior.
Para frear a epidemia, o CRM propôs à Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá (SMS) e Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES/MT) a crianção do centro de triagem semelhante aos criados durante a pandemia da Covid-19, que se provaram eficientes para organizar o fluxo de pacientes, fornecendo atendimentos mais complexos à medida exigida em cada caso.
O modelo de atendimento atual já tem causado superlotação em muitas unidades de saúde, de forma que muitos pacientes acabam desistindo do atendimento e voltando, mais tarde, já com caso agravado, o que deve se intensificar nos próximos meses, quando as infecções estiverem no pico.
Diante disso, os centro de triagem são uma forma mais eficiente de lidar com as arboviroses, atendendo os pacientes mais rapidamente e, consequente, fazendo com que muito mais pessoas sejam atendidas e manejadas da forma correta, afirmou a médica infectologista e presidente da Sociedade Mato-Grossense de Infectologia, Mayane Fonseca.
Estrutura proposta para os centros de triagem
Na recomendação técnica, o CRM-MT detalhou a equipe mínima necessária para cada centro de triagem. Ele deverá contar com um diretor técnico médico, aos menos quatro médicos plantonistas, em regime de plantões, para cobertura 24 horas por dia; enfermeiros e técnicos de enfermagem; farmacêutico e auxiliar de farmácia; técnico de laboratório; e seguranças e atendentes.
Os centros deverão possuir recepção; consultório; salas de hidratação; farmácia; ambulância de suporte avançado; e unidade laboratorial.
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Fonte: unicanews
