A movimentação da CDL ocorre no momento em que Cuiabá discute a atualização da Planta Genérica de Valores (PGV), instrumento que define o valor venal dos imóveis e serve de base para o cálculo do IPTU.
Após anos sem atualização e imbróglios jurídicos que marcaram as gestões recentes, a nova Planta busca corrigir distorções de mercado, mas traz consigo o temor de um aumento real na carga tributária em áreas onde a valorização imobiliária não acompanhou a saúde financeira do comércio local.
A proposta da CDL sugere um regime diferenciado para imóveis comerciais nas zonas de influência direta de quatro grandes eixos:
- Obras do BRT (com destaque para a Avenida do CPA);
- Contorno Leste;
- Obras de saneamento em diversas vias;
- Centro Histórico (devido à requalificação e construção do novo Mercado Municipal).
O presidente da CDL Cuiabá, Júnior Macagnam, reforçou que a entidade possui dados que comprovam o prejuízo. Segundo ele, uma pesquisa realizada em janeiro de 2025 já apontava queda de 36% nas vendas na Avenida do CPA em função das obras de mobilidade.
“Os setores de comércio e serviços geram 70% da arrecadação e continuarão a ser afetados em 2026. É um olhar de sensibilidade que estamos pedindo. Demonstraria o compromisso com o desenvolvimento econômico e o bem social”, defendeu Macagnam.
Além do setor comercial, a CDL alertou para o risco de um efeito cascata sobre a população geral. A entidade argumenta que um aumento integral e imediato pode elevar os índices de inadimplência, citando que 44% da população economicamente ativa de Mato Grosso já possui restrições de crédito (SPC Brasil).
A prefeitura agora deve analisar a viabilidade técnica e jurídica de aplicar o escalonamento, enquanto o setor político observa atentamente como o Executivo irá equilibrar a necessidade de arrecadação com a pressão das entidades de classe.
Fonte: leiagora






