Quando alguém fala em carne de anta, a curiosidade desperta na hora, né? Esse tipo de carne, pouco comum nas mesas brasileiras, tem um ar exótico que faz muita gente pesquisar para entender se realmente vale a pena provar.
A questão é que existem várias dúvidas em torno do sabor, da textura e até de como preparar essa carne de forma correta. Bora conversar sobre isso?
Carne de anta é boa mesmo?
A primeira coisa que vem à cabeça é se vale a pena comer carne de anta, afinal, não é um corte tradicional de mercado.
E olha, o sabor dela costuma ser descrito como semelhante ao da carne de caça, lembrando um pouco o javali e até cortes mais intensos de boi. A textura é firme, mas não chega a ser dura quando preparada da forma certa.
Para organizar essa resposta, vamos olhar três pontos:
- Sabor: não é neutro, tem um gosto marcante, que lembra carne de animais selvagens. É mais forte que frango ou suíno.
- Textura: fibras longas, pedindo cozimento lento ou técnicas que ajudem a deixar mais macia.
- Aceitação: quem gosta de carnes exóticas geralmente aprova, mas quem prefere sabores mais suaves pode estranhar.
Outro detalhe: a carne de anta não é comercializada livremente no Brasil. Ela se enquadra em contexto de caça, e existem restrições legais que impedem a venda e o consumo em larga escala.
Ou seja, a experiência costuma acontecer em comunidades específicas ou em situações de subsistência, não como um prato comum à mesa.
Resumindo: boa parte das pessoas considera a carne saborosa, mas é algo muito nichado, tanto pelo gosto diferenciado quanto pelas restrições de acesso.
Receita de ensopado de carne de anta
Se a curiosidade bateu, a forma mais tradicional de preparar a carne de anta é em cozidos. O ensopado é um clássico.
Ingredientes
- 1 kg de carne de anta cortada em cubos
- Suco de 2 limões
- 3 dentes de alho amassados
- 1 cebola grande picada
- 2 tomates maduros picados
- 1 pimentão verde em tiras
- 2 colheres (sopa) de óleo ou banha
- 1 colher (sopa) de colorau
- 1 folha de louro
- Sal e pimenta-do-reino a gosto
- Água quente suficiente para o cozimento
- Cheiro-verde fresco para finalizar
Modo de preparo
- Antes de tudo, tempere a carne com limão, alho, sal e pimenta. Deixe descansar por pelo menos 30 minutos.
- Em uma panela de pressão, aqueça o óleo e doure os pedaços de carne até selar bem.
- Acrescente a cebola, o tomate e o pimentão, mexendo até soltar líquidos.
- Adicione o colorau e a folha de louro, misture bem.
- Cubra com água quente e feche a panela. Cozinhe por cerca de 45 minutos após pegar pressão.
- Abra a panela, verifique o ponto da carne e ajuste o sal. Se necessário, deixe cozinhar mais alguns minutos até ficar bem macia.
- Finalize com cheiro-verde e sirva com arroz branco, farofa, mandioca cozida ou o que mais você quiser.
Como tirar o cheiro forte da carne de anta?
Dúvida bastante comum, principalmente entre quem está prestes a preparar carne de caça pela primeira vez. Mas ó: não precisa ficar com o pé atrás.
O cheiro forte da carne de anta não é um “defeito”, e sim uma característica comum de carnes silvestres, principalmente se o animal for mais velho ou se a peça vier com bastante sangue.
A boa notícia? Dá pra suavizar isso numa boa:
- Marinar por mais tempo: deixar a carne marinando entre 12 a 24h com limão, vinho, alho, ervas e especiarias ajuda bastante a amenizar o cheiro marcante.
- Lavar com limão ou vinagre: antes de marinar, você pode lavar os pedaços da carne com uma mistura de água + suco de limão ou vinagre branco. Isso já dá uma bela equilibrada.
- Evitar congelamento direto: se você comprou a carne fresca, o ideal é fazer o pré-preparo (limpeza e marinada) antes de congelar. Isso reduz o risco do cheiro se intensificar depois.
Em resumo: o cheiro forte da carne de anta existe, sim, mas não é nada que um preparo cuidadoso não resolva. E depois que cozinha, esse aroma forte some, principalmente se for num cozido bem temperado como ensinamos acima.
Como saber se a carne ficou no ponto ideal?
Diferente de carnes comuns, a carne de anta exige um pouco mais de atenção porque é firme e com pouca gordura, ou seja, ela precisa de tempo e carinho.
Alguns sinais pra observar:
- A carne desfia levemente com o garfo? Ótimo sinal! É o ponto ideal pra cozidos.
- Ela está macia, mas ainda firme? Perfeito pra quem gosta de textura.
- Ainda está borrachuda ou com fibras duras demais? Falta tempo de cozimento. Mais paciência no fogo baixo e com líquido.
- Ficou seca e se esfarelando? Passou do ponto ou a panela secou. Isso acontece se a cocção for feita em temperatura muito alta ou com pouca gordura.
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Conclusão
Falar de carne de anta é mergulhar no universo das carnes de caça, com suas particularidades e desafios. O sabor diferenciado conquista quem busca experiências novas, mas é essencial respeitar o processo de preparo para não se frustrar.
O tempero precisa ser equilibrado, o tempo de cozimento generoso e a atenção aos sinais da carne constante.
Se a ideia é explorar algo fora do comum, a anta pode, sim, surpreender, desde que preparada com paciência e cuidado.
Até a próxima.
Fonte: espetinhodesucesso