O ovo de galinha e o café moído, dois itens tradicionais da alimentação dos brasileiros, apresentaram inflação de dois dígitos em fevereiro, conforme os dados do (IPCA) divulgados nesta quarta-feira, 12, pelo (IBGE).
O preço do ovo subiu 15,39% no último mês, a maior alta mensal desde o início doPlano Real. Na série histórica do IPCA, a única variação mais intensa foi em junho de 1994, quando a inflação foi de 56,41%, antes da circulação do real.
Já o café moído subiu 10,77% em fevereiro, a maior alta em 26 anos, desde fevereiro de 1999, quando o aumento foi de 12,55%. O preço do café está em ascensão, segundo o indicador do IBGE, desde janeiro de 2024.

Segundo Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa do IBGE, problemas nas safras têm causado uma disparada nos preços internacionais. “O café teve quebra de safra no mundo”, disse. “E a gente continua com essa influência.”
Em relação ao ovo, ele destacou que diversos fatores estão pressionando os preços. A maior demanda devido ao retorno das aulas escolares, as exportações afetadas pela gripe aviária nos Estados Unidos e os impactos do calor na produção no Brasil foram os principais fatores apontados.
Segundo o técnico, “o tempo quente influencia a produção dos ovos, o bem-estar das aves”.
(1/2) A #inflação medida pelo #IPCA, do #IBGE, acelerou p/ 1,31% em fevereiro, maior alta para esse mês desde 2003 (1,57%) e a maior taxa desde março de 2022 (1,62%). A alta foi influenciada especialmente pelo aumento na energia elétrica residencial.
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— IBGE Comunica (@ibgecomunica) March 12, 2025
Tanto o café quanto o ovo impactaram na inflação no grupo alimentação e bebidas do IPCA, que subiu 0,70% em fevereiro, embora a taxa tenha sido menor do que a de janeiro, quando registrou 0,96%.
A queda de preços de itens como batata-inglesa (-4,10%), arroz (-1,61%) e leite longa vida (-1,04%) ajudou a reduzir a alta do grupo. Outros produtos, como banana-d’água (-5,07%), laranja-pera (-3,49%) e óleo de soja (-1,98%), também registram redução nos preços.
Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada para alimentação e bebidas foi de 7%, a maior entre os nove grupos do IPCA. Em seguida, aparece o grupo educação, com alta de 6,35%.
A alta nos preços dos alimentos tem sido uma preocupação para o , especialmente no atual momento de queda da popularidade do petista. Na tentativa de conter os aumentos, a gestão federal anunciou a isenção da alíquota de importação de produtos como carne, café, milho, óleos e açúcar.
Fonte: revistaoeste