A briga pelo título de elétrico mais acessível do Brasil ganhou um novo e complexo capítulo: a escolha entre um BYD Dolphin Mini GS usado por um preço de ocasião ou a compra da versão GL zero-quilômetro através das vendas diretas. Esta semana entrei em um debate no grupo do Facebook sobre qual o melhor para quem vai usá-lo para trabalhar com aplicativos. 

O dilema do BYD Dolphin Mini: novo com menor autonomia ou seminovo mais barato? 

Embora o modelo GS seminovo (versão mais completa) possa ser encontrado por volta de R$ 90.000 — especialmente com históricos de leilão ou alta quilometragem (como visto em anúncios) —, o GL novo surge com preços incrivelmente baixos, a partir de R$ 98.590 para públicos específicos.

A principal chave para a decisão está na diferença de bateria e autonomia, mas a escolha também envolve a burocracia do CNPJ e a segurança de um carro 0 km.

 

1. O Fator Bateria: Autonomia e Desgaste

A diferença mais significativa entre as duas versões é a bateria e o alcance:

• O GS (Usado), a versão mais vendida ao público geral, tem bateria maior (38 kWh) e uma autonomia de 280 km (Inmetro).

• O GL (Novo), focado nas vendas diretas, vem com bateria de 30 kWh, entregando até 250 km de autonomia (Inmetro).

A diferença de 30 km pode parecer pequena, mas para um usuário que depende do carro para rodar longas distâncias diárias (como motoristas de aplicativo), esse trecho extra pode evitar uma recarga ou reduzir a “ansiedade de alcance”.

Além disso, a Garantia é crucial: um GS usado, especialmente se for muito barato, pode ter a garantia da bateria (8 anos de fábrica) anulada devido a acidentes ou reparos fora da concessionária. O GL novo oferece a tranquilidade de uma garantia total e intacta.

2. A “Pegadinha” Fiscal: Vendas Diretas e CNPJ/MEI

O baixo preço do Dolphin Mini GL novo é reservado ao canal de vendas diretas, que usufrui de isenções fiscais (IPI e ICMS):

• Público Alvo: Taxistas (cerca de R$ 98.590), PCDs (a partir de R$ 99.990) e, em muitos casos, Pessoas Jurídicas (CNPJ/MEI), que podem comprar o GL por volta de R$ 103.000 a R$ 107.091, dependendo da campanha.

A Burocracia do MEI

Abrir um Microempreendedor Individual (MEI) apenas para obter o desconto de venda direta é uma estratégia comum, mas requer cuidados:

• Teto de Faturamento: O MEI possui um limite anual de faturamento (atualmente R$ 81 mil). Se você utiliza o carro para trabalho (como motorista de aplicativo) e ultrapassa esse limite, precisará migrar para outro regime tributário.

• Finalidade do Carro: A compra via CNPJ deve ser para uso relacionado à atividade da empresa.

• Carência: Carros comprados via vendas diretas costumam ter um período de carência (geralmente 1 ou 2 anos) no qual não podem ser revendidos, sob pena de ter que pagar a diferença dos impostos isentos.

Conclusão: Qual Escolher?

Para a maioria dos consumidores, a diferença de preço entre um GS usado “problemático” e um GL novo, com garantia e história limpa, é pequena demais para justificar o risco. A compra via venda direta (CNPJ/MEI) oferece a melhor combinação de preço e segurança para entrar no mundo dos elétricos.

R$ 90 mil usado com 280 km de autonomia ou R$ 98 mil novo com 250 km? O que pesa mais no seu bolso e na sua tranquilidade? Comente sua escolha!

Leia aqui: A “pegadinha” do Dolphin Mini: como o elétrico da BYD chega a menos de R$ 100 mil

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Escrito por

Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.