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Enchente afeta 30% das lojas do Shopping Popular, presidente nega perda total

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O Shopping Popular, um dos principais centros comerciais de Cuiabá, teve sua estrutura temporária inundada na tarde de terça-feira (8), após uma chuva intensa que atingiu a Capital. Vídeos e imagens que circularam nas redes sociais mostram a água invadindo os corredores do local e cobrindo parte das bancas dos comerciantes. 
O alagamento ocorre menos de dois meses após a reabertura parcial da praça de alimentação, em 14 de fevereiro, marcando uma tentativa de retomada das atividades após um incêndio que destruiu o centro comercial em 2023. 
Misael Galvão, presidente da associação do Shopping Popular, afirmou que cerca de 30% das lojas foram afetadas, com aproximadamente 10% sofrendo danos mais graves, principalmente nas bancas localizadas na parte mais baixa e na entrada da estrutura provisória.
“Fomos pegos de surpresa. Essa região, da Carmindo de Campos até o Comper, virou um rio. A água entrou muito rápido, e muitos comerciantes não conseguiram salvar suas mercadorias”, relatou Galvão. 
Mesmo com o impacto, os comerciantes se mobilizaram em mutirão para limpar o local e recuperar o que foi possível. “Muitos levaram mercadorias para casa para tentar recuperar e voltar a trabalhar hoje. Houve fake news dizendo que tínhamos perdido tudo, mas não é verdade. Estamos todos trabalhando para superar mais esse desafio”, destacou. 
“Nós já estamos dando apoio desde ontem. Eu acompanhei desde o começo, e fui o último a sair aqui. E estamos ouvindo todos os associados. O que eu posso dar de apoio é a solidariedade, a motivação, o caminho para cobrar as autoridades, cobrar juntos, porque na realidade, nós estamos todos em um barco só”, complementou.
 

Galvão aproveitou para cobrar melhorias na drenagem da região, uma das mais baixas de Cuiabá e historicamente afetada por alagamentos. Ele relembrou uma reunião recente com a Águas Cuiabá, há cerca de um mês, na qual alertou sobre a necessidade de modernização do sistema de captação de água. 
“Eu tenho 35 anos que trabalho aqui no Shopping Popular, mais de 30 anos nessa região, conheço bem. A região mais baixa de Cuiabá é aqui e é o ponto mais afetado da cidade quando chove, sempre foi. Nós alertamos as Águas Cuiabá, que o trabalho que eles precisam fazer é melhorar a captação de águas fluviais dessa região. A infraestrutura atual é para uma Cuiabá de 50 anos atrás. A cidade cresceu, mas o sistema não acompanhou. Se nada for feito, todos os anos será a mesma coisa”, afirmou o presidente.
“E também alertei hoje o secretário da Defesa Civil, e vou alertar todas as autoridades, que se não tomar essas providências, melhorar a questão da captação das águas fluviais dessa região, todos os anos será a mesma coisa. Isso vem há 30 anos que nós estamos trabalhando aqui”, complementou.
Misael também destacou que o Shopping Popular havia ficado 10 anos sem sofrer alagamentos, graças à construção da antiga estrutura com dois metros acima do nível da rua. No entanto, a sede provisória está vulnerável no período chuvoso.
Ainda segundo o presidente, as atividades seguem normalmente, e o Shopping Popular está aberto desde a manhã desta quarta-feira (09). “Nós estamos recomeçando e ressurgindo das cinzas. Das cinzas na questão do incêndio, e agora mais esse desafio, da questão da inundação ontem. Eu sempre falo, o camelô nunca teve vida fácil, mas também nas dificuldades que nós criamos, a criatividade de superar e voltar a trabalhar o mais rápido possível. É o que estamos fazendo hoje”.
Os permissionários receberam a orientação para manter as mercadorias a pelo menos 50 centímetros do chão, como prevenção para novas chuvas no local. O prejuízo na maior parte das lojas foi registrado em produtos que estavam nas prateleiras de baixo.
 

A permissionária Jaqueline, dona da loja Tonhão Imports, ressaltou a fala de Galvão sobre a disseminação de informações falsas sobre a perda total dos lojistas. Ela também ressalta que toda a cidade foi atingida pela tempestade.
“Quando eu cheguei aqui, já encontrei a água esvaziando, porque foi muito rápido. É igual eu estou falando, não perdemos tudo. Foi realmente só a parte de baixo, como a nossa infraestrutura é muito ruim mesmo. Alagou foi a cidade toda, não somente o camelô, como o pessoal está falando. Porque, queira ou não queira, o trem só arrebenta para nós, né? A mídia foi bem em cima da gente. Mas graças a Deus, porque a gente é muito conhecido, muito popular, cai mesmo em cima. Mas essa parte aqui, você viu na mídia, estava alagada a cidade toda”, afirma.

O proprietário da loja Pit Stop Lâmpadas e Acessórios, José Cordeiro, criticou a falta de aviso sobre a enchente no local, na terça-feira. Ele acredita que poderia ter tido uma ação da base do Corpo de Bombeiros Civil, presente no local, afim de evitar alguns estragos. O lojista perdeu baterias e itens pequenos, mas ainda não sabe estipular o valor do prejuízo.
“Não teve um aviso sobre a enchente. A gente sabe que as bocas de lobo estão entupidas. A gente tem um grupo de whats bem movimentado, 24 horas, e não teve um aviso. Eu acho que poderia ter sido prevenido os associados por ter um Corpo de Bombeiros Civil aqui dentro. Poderia ter sido avisado sim, dava para evitar muita coisa. Pela lógica, as que a água chegou mais alto foram as da frente. Você viu ali, a mercadoria molhou tudo ali do lado. Pelo que eu perdi no fogo, isso aqui não é nada. Não sei nem o que falar. É bastante transtorno”, relatou José.

 

Fonte: Olhar Direto

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