Em dezembro de 2025, o Brasil consolidou um marco histórico ao assumir a liderança mundial na produção de carne bovina, superando os Estados Unidos pela primeira vez, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e estimativas de órgãos oficiais brasileiros.
Produção recorde
Segundo o relatório mais recente do USDA sobre oferta e demanda global, o Brasil deve fechar 2025 com uma produção estimada em cerca de 12,35 milhões de toneladas de carne bovina em equivalente carcaça (tec), enquanto os Estados Unidos devem registrar 11,81 milhões de toneladas, o que coloca o país sul-americano à frente no ranking mundial pela primeira vez na série histórica do órgão internacional.
Essa diferença, embora não seja enorme em termos absolutos, é significativa considerando décadas em que os EUA lideraram consistentemente a produção global. Além da quantidade, o Brasil também registra um crescimento real anual na produção em relação a 2024, sustentado por maior peso médio de carcaça e operação de frigoríficos em níveis elevados, fatores que contribuíram para o desempenho superior neste ano.
Exportações em alta e papel no comércio mundial
A liderança na produção ocorre em um contexto de forte desempenho nas exportações com o Brasil já ultrapassando 3 milhões de toneladas exportadas de carne bovina até novembro de 2025, um volume recorde que supera as vendas totais de 2024 e reforça a posição do país como maior exportador global da proteína.
Os embarques brasileiros ampliaram sua presença em mercados tradicionais e emergentes, como a China, Oriente Médio e Ásia, o que contribuiu para elevar a receita e consolidar a competitividade do setor no comércio internacional. Essa dinâmica exportadora também tem sido apontada como um dos pilares que sustentam a liderança mundial em produção.
Fatores determinantes
Especialistas e analistas do setor avaliam que o avanço da produção doméstica brasileira em 2025 resultou de uma combinação de fatores; entre eles, o aumento da eficiência produtiva, impulsionado pelo maior uso de tecnologia e pelo aprimoramento do manejo do rebanho, que elevou o peso médio das carcaças dos animais abatidos. Soma-se a isso a estrutura sanitária favorável do país, que garante acesso a mercados internacionais cada vez mais exigentes e o cenário adverso enfrentado pela pecuária norte-americana, marcada pela redução do rebanho e pelo aumento dos custos de produção, fatores que contribuíram para a retração da oferta nos Estados Unidos.
Perspectivas para 2026
Embora 2025 represente um ano emblemático, projeções preliminares indicam que o volume brasileiro de produção pode se ajustar em 2026 devido a mudanças no ciclo pecuário, especialmente a retenção de fêmeas, visando recomposição de rebanho; o que deve equilibrar os números entre Brasil e Estados Unidos. Ainda assim, o desempenho de 2025 já é considerado um marco na trajetória do agronegócio brasileiro no contexto global.
Fonte: gazetamt






