Um herói no local certo e na hora certa. Um bombeiro de folga enfrenta as chamas e resgata uma mulher presa no carro dela, pouco antes de o automóvel explodir.

Enquanto dirigia com a noiva, Andrew Nixon percebeu um clarão. Foi quando ele viu que um carro havia batido em um caminhão e começava a pegar fogo rapidamente. Mesmo fora de serviço, o bombeiro não pensou duas vezes: parou o carro e correu em direção ao incêndio.

O que ele não imaginava era que, além de salvar uma vida, aquele momento também traria uma espécie de “cura emocional” para o agente, que havia perdido um parente meses antes.

O resgate 

Ao se aproximar do veículo em chamas, Nixon percebeu que uma mulher estava presa dentro do carro. As chamas já consumiam a parte dianteira e o calor era intenso. “Tudo o que vi foi o carro pegando fogo e ela lá dentro, sem responder”, contou o bombeiro à imprensa local.

Desesperado, ele tentou abrir as portas, mas estavam travadas. Sem tempo a perder, Nixon usou as próprias mãos para quebrar o para-brisa e acabou se ferindo. Mesmo machucado, ele conseguiu puxar a mulher pela parte superior da porta e a levou para longe do veículo. Em seguida aconteceu a explosão.

“Vi as chamas entrando no carro e soube que era questão de segundos. Se não tirasse ela dali naquele instante, não haveria chance”, relatou.

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Treinamento e instinto

Minutos depois, equipes do Corpo de Bombeiros de St. Tammany, na Louisiana (EUA) chegaram ao local, mas o carro já estava completamente tomado pelo fogo. O chefe do batalhão, Chris Kaufmann, destacou o instinto e o preparo de Nixon.

“Mesmo de folga, ele agiu como bombeiro. Foi direto até o carro, fez o que era preciso. Ele sabia que, se não agisse, ela não sobreviveria. Foi a última chance dela”, afirmou.

O acidente aconteceu há duas semanas. O bombeiro teve cortes e hematomas nas mãos, mas recusou atendimento até ter certeza de que a mulher estava fora de perigo.

Cura emocional

O episódio também teve um significado emocional para o bombeiro. No início do ano, a sobrinha dele, Everleigh, morreu afogada, uma tragédia que deixou a família devastada.

Nixon contou que, durante o resgate, sentiu que a menina e Deus estavam com ele, dando forças para tirar a motorista do carro.

“Pensei muito nela naquele momento. Foi como se eu pudesse finalmente segurar alguém e salvar, como queria ter feito com Everleigh”, disse emocionado.

Para o bombeiro, o salvamento foi mais do que um ato de heroísmo, foi uma forma de cura. “Ajudar aquela mulher me trouxe paz. Foi bom poder salvar alguém dessa vez”, completou.

A mulher resgatada foi levada de helicóptero para um hospital em Nova Orleans e se recupera bem. Já Nixon, com as mãos machucadas e o coração aliviado, segue sendo chamado de herói, mesmo sem se considerar um.

“Só fiz o que precisava ser feito”, resumiu o bombeiro que arriscou a própria vida para salvar outra.