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Bombeiras inspiram como modelos de superação para seus filhos

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Ser mãe vai muito além de gerar uma vida. É uma missão que, muitas vezes, exige renúncias. Para as mulheres que são bombeiras militares, isso se torna ainda mais desafiador, pois, devido às várias missões, muitas vezes precisam deixar seus filhos para ajudar outras pessoas. Apesar da saudade de estarem longe de quem amam, os filhos não têm dúvidas do orgulho que sentem por suas mães.

Algumas famílias deixam como herança bens materiais ou memórias, mas para a 1º sargento BM Kleidiane Lanuzza de Lima Ferreira um legado foi deixado por seu pai, que também é militar. Recentemente transferida para Cuiabá, após passar 17 anos em Lucas do Rio Verde exercendo diversas funções na corporação, a militar conta que ser mãe sempre foi o maior sonho de sua vida.

Filha de bombeiro militar e de professora, Kleidiane conta que, mesmo com uma extensa carreira no Corpo de Bombeiros, sua filha Júlia foi o maior e mais sonhado projeto, especialmente porque ela tinha apenas 1% de chance de engravidar.

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Júlia nasceu por meio de fertilização, após 10 anos de tentativas até conseguir engravidar, além de orações, noites em hospitais e muitas injeções, segundo Kleidiane. “Eu dizia nas minhas orações: ‘Deus, eu abro mão de tudo que o Senhor tiver para me dar, mas, por favor, me permita ser mãe’”.

Kleidiane conviveu com a endometriose por muito tempo e, pouco tempo depois de realizar o sonho de ser mãe, teve um princípio de câncer no colo do útero, o que a obrigou a passar por uma cirurgia que a impossibilitou de engravidar novamente.

Durante muitos anos, precisou abrir mão de parte da vida profissional para se dedicar à maternidade. Foi uma escolha difícil, já que sempre foi apaixonada por sua profissão. Conciliar essas duas paixões não foi fácil e até hoje não é. Mas o que a move é saber que tem ao seu lado uma filha que a olha com admiração. E isso, para ela, não tem preço.

E mesmo diante das dificuldades, Kleidiane considera que recebeu dois grandes presentes de Deus: sua profissão, pela qual é profundamente apaixonada, e a maternidade, que é sua razão de viver. Apesar da vida corrida e intensa, ela afirma: não trocaria nada disso por coisa alguma.

“Ser mãe era um plano que Deus já tinha reservado para mim, e hoje tudo isso tem uma grandeza imensurável”, contou, emocionada, ao relembrar sua trajetória.

Mesmo com 20 anos de carreira, ela continua atuando tanto na área operacional quanto administrativa. Para Kleidiane, é totalmente possível ser bombeira, mãe e mulher ao mesmo tempo. Com muito orgulho contou que Júlia é sua cópia em tudo, desde o sorriso, a personalidade, o carinho. “Costumo dizer que Deus não faz nada pela metade. Quando Ele me deu a Juju, Ele me entregou um presente completo”, afirmou.

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Com uma trajetória parecida, a  3ª sargento BM Elydja Fernanda Mundim da Fonseca de Ferreira não foi diferente quanto a influência familiar. Segundo ela, seu pai também foi bombeiro e, agora, para manter a tradição familiar, sua filha Maria Eduarda da Fonseca, também pensa em seguir o mesmo caminho.

Elydja conta que, desde pequena, teve contato com o ambiente do quartel e chegou a visitar um batalhão, o que despertou nela um sonho: o desejo de também se tornar bombeira. “Sempre admirei muito a profissão, por ser tão bonita e nobre”, afirmou.

Na primeira oportunidade que teve, ela prestou o concurso e foi aprovada. O momento foi marcante, porém o caminho não foi fácil. “Meu concurso era para o interior e, até então, eu nunca tinha saído de Cuiabá. Era tudo novo. Na época, minha filha Maria Eduarda tinha apenas três anos. Eu teria que me mudar e, em qualquer cidade do interior para onde eu fosse, estaríamos só eu e ela”, contou Elydja.

A decisão foi muito difícil. Apesar da saudade que sentiria, ela optou por deixar a filha aos cuidados dos avós e do pai, que permaneceram em Cuiabá, para que pudesse se adaptar em Sinop, mesmo sentindo um grande aperto no coração.

“Foi muito doloroso ficar distante, principalmente, porque ela ainda era pequena. Só quem é mãe entende o que é essa dor. Eu vinha para Cuiabá quando dava, mas como trabalhava no operacional, era no máximo uma ou duas vezes por mês”, disse, emocionada.

Durante os atendimentos naquele ano longe da filha, especialmente quando envolviam crianças, ela sempre pensava em Maria Eduarda. Era inevitável se colocar no lugar de uma mãe da criança que estava sendo socorrida. Esse sentimento a acompanhava em cada ocorrência infantil.

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Apesar do grande desafio, quando já estava mais estabilizada no interior, Elydja levou Maria Eduarda para morar com ela em Sinop. A partir daí, puderam viver bons momentos juntas. Um deles aconteceu quando a filha tinha apenas cinco anos e passou a acompanhar a mãe em algumas atividades.

Uma experiência marcante foi a captura de um filhote de jiboia, com aproximadamente 50 cm, segundo Elydja. Aproveitando a presença da filha, a mãe orientou sobre como manusear o animal. Com muita coragem, Maria Eduarda segurou o filhote e esse foi seu primeiro contato com essa parte da profissão, quase como uma pequena bombeira mirim.

Maria Eduarda Fonseca revelou que, no início, não pensava em seguir a carreira da mãe, apesar de sempre ter estado presente no ambiente do quartel. Com o tempo, porém, além da influência da mãe, teve uma experiência positiva ao estudar em uma escola militar, o que a aproximou ainda mais dessa rotina.

Mesmo sentindo falta da mãe em muitos momentos, demonstrou profunda admiração por ela, principalmente pelo esforço e pelas histórias que contava ao chegar em casa. “Quando alguém perguntava: ‘E a sua mãe, o que ela faz?’, eu digo com orgulho: ‘Minha mãe é bombeira!’. Isso sempre foi motivo de admiração para mim e agora começo a ver que talvez eu também queira seguir esse caminho”, concluiu.

Fonte: mt.gov.br

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