De acordo com interlocutores em Brasília, Bolsonaro enviou mensagem clara à cúpula do partido: não quer associação direta de seu nome ao sobrenome Riva, considerado um obstáculo à imagem eleitoral do bolsonarismo. Pesa o fato de Janaína Riva ser nora de Wellington Fagundes.
Segundo relatos, Bolsonaro teria lembrado que a dívida política com Wellington Fagundes já foi quitada em 2022, quando o então presidente articulou sua candidatura única ao Senado no palanque de Mauro Mendes (União Brasil).
Na avaliação do entorno de Bolsonaro, o PL deve agora seguir um novo caminho, buscando palanque “mais alinhado” com os valores e a base conservadora do bolsonarismo, caminho que passa por Pivetta, atual vice-governador e pré-candidato ao governo pelo Republicanos.
O presidente estadual do PL, Ananias Filho, está em Brasília desde as primeiras horas do dia. Fontes relatam que ele participou de duas reuniões longas, de mais de três horas cada, com Valdemar Costa Neto.
Segundo fontes presentes, vários atores políticos estão sendo ouvidos, e a decisão final ainda não foi tomada, mas o cenário mais provável é o de apoio formal do PL à candidatura de Pivetta, com o aval de Bolsonaro, caso Wellington não consiga reverter o cenário. Contudo, o martelo pode ser batido só no próximo mês, ou até depois, visto que ainda faltam cinco meses para a janela eleitoral.
As conversas entre Valdemar, Ananias e Wellington Fagundes devem continuar ao longo da noite e podem se estender até quarta-feira (22).
De acordo com interlocutores de Brasília, a inclinação de Bolsonaro a favor de Pivetta já vinha sido repassada à família antes mesmo do último ato pró-anistia, realizado no Distrito Federal.
Na ocasião, Pivetta recebeu todas as credenciais oficiais para subir no trio elétrico e tirar foto com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), enquanto Wellington Fagundes foi barrado durante parte do evento por não possuir credenciais.
O senador só conseguiu subir no veículo, que funcionou como palanque do evento, após ser auxiliado pela deputada federal Coronel Fernanda (PL), gesto que, segundo fontes, foi interpretado como sinal de distanciamento entre Bolsonaro e Fagundes.
Fonte: Olhar Direto