Mercados seguem atentos às definições de juros no Brasil e nos Estados Unidos. Expectativa é de corte nas taxas pelo Federal Reserve
O dólar fechou esta terça-feira (16/9) em queda, renovando a menor cotação desde junho de 2024, em meio à espera pelas decisões sobre política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
O Ibovespa, referência da B3, teve mais um pregão positivo, registrando recordes históricos tanto durante o dia quanto no fechamento, mesmo após perder intensidade no fim da tarde.
Foi a primeira vez que o índice brasileiro ultrapassou a marca dos 144 mil pontos no encerramento (144.061,74).
No ambiente interno, a grande notícia foi a divulgação da taxa de desemprego de julho, que caiu ao menor nível já registrado e reforçou a força do mercado de trabalho no país.
Dólar
- A moeda americana encerrou em baixa de 0,43%, negociada a R$ 5,298. Foi o menor fechamento desde 6 de junho de 2024.
- Durante o dia, o dólar variou entre R$ 5,322 na máxima e R$ 5,292 na mínima, menor nível em mais de um ano.
- Na segunda-feira, a moeda havia caído 0,61%, fechando a R$ 5,3211.
- No acumulado, o dólar soma perdas de 2,29% em setembro e de 14,32% no ano frente ao real.
Ibovespa
- O principal índice da Bolsa paulista fechou em alta de 0,36%, aos 144.061,74 pontos, estabelecendo nova marca histórica.
- No pico da sessão, atingiu 144.584,09 pontos, seu maior valor já registrado.
- Na véspera, o índice já havia avançado 0,9%, para 143,5 mil pontos, também em nível recorde.
- Com esses resultados, o Ibovespa acumula valorização de 1,87% em setembro e de 19,7% em 2025.
Superquarta de juros
Os investidores aguardam com cautela a chamada “Superquarta”, quando saem ao mesmo tempo as decisões sobre juros no Brasil e nos EUA.
Nesta quarta-feira (17/9), tanto o Copom, do Banco Central, quanto o Federal Reserve concluem suas reuniões iniciadas na terça (16/9).
A taxa Selic é a principal ferramenta do BC para controlar a inflação, servindo como referência para os juros da economia e para os títulos públicos.
Quando a Selic sobe, o crédito encarece, reduzindo consumo e investimentos, mas ajudando a conter os preços.
Já quando os juros caem, há incentivo ao consumo e à produção, mas a pressão inflacionária pode aumentar.
Na última reunião, em julho, o Copom manteve a Selic em 15% ao ano, interrompendo o ciclo de altas. O mercado aposta que a decisão será repetida agora.
Nos EUA, o Fed também manteve os juros na faixa de 4,25% a 4,5% ao ano na última reunião. A expectativa é de corte nesta quarta, podendo variar entre 0,25 e 0,5 ponto percentual.
Desemprego em mínima histórica
O IBGE divulgou que a taxa de desocupação no trimestre até julho de 2025 ficou em 5,6%, a menor desde o início da série em 2012.
O resultado representa queda de 1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (6,6%) e de 1,2 ponto frente ao mesmo período de 2024 (6,9%).
O número de desempregados recuou para 6,118 milhões, redução de 14,2% em três meses e de 16% em um ano. Já os ocupados chegaram a 102,4 milhões, novo recorde, com crescimento de 1,2% no trimestre e de 2,4% em 12 meses.
O nível de ocupação atingiu 58,8%, também o maior da série, com alta em ambas as comparações.
O total de trabalhadores com carteira assinada no setor privado foi de 39,1 milhões, máxima histórica, enquanto os sem carteira ficaram estáveis em 13,5 milhões.
O setor público também bateu recorde, com 12,9 milhões de empregados, alta de mais de 400 mil pessoas em um ano.
Análise
Para Nickolas Lobo, da Nomad, o câmbio operou “em compasso de espera” antes da Superquarta.
“O real apresenta leve desvalorização enquanto o dólar mostra alta moderada. O movimento está em desacordo com o cenário internacional. Investidores aguardam os comunicados do Fed e do Copom antes de assumir novas posições”, explica.
Segundo ele, o mercado já espera com total certeza um corte de pelo menos 0,25 ponto percentual, mas o discurso de Jerome Powell será decisivo para definir expectativas sobre cortes adicionais ainda neste ano e em 2026.
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Fonte: cenariomt