O entregador brasileiro que virou herói na Irlanda após impedir um ataque, resolveu doar o dinheiro que recebeu da vaquinha, feita pela população do país, para os familiares da criança de 5 anos que ficou ferida e ele salvou
Caio Castro Benício rejeitou a fama de herói, agradeceu pelos quase R$ 2 milhões de reais que a população local levantou, e ofereceu o dinheiro para custear os gastos do hospital durante a internação da garotinha que ele salvou.
Os pais, num primeiro momento, preferiram não aceitar a ajuda porque ainda estão muito nervosos, mas Caio não desistiu da ideia. “Eu nem sabia dessa vaquinha. Fiquei sabendo dois ou três dias depois do ocorrido, porque meu colega de quarto veio me perguntar se eu sabia dela, porque poderia ser alguém querendo se aproveitar da situação”, disse o motoboy brasileiro ao O Globo.
Celebridade internacional
Desde que o ataque ocorreu, Caio virou uma verdadeira celebridade. O rosto dele saiu nos maiores jornais do país e do mundo pelo ato heróico.
No mesmo dia, a população começou uma vaquinha para ajudar o brasileiro, que vive na Irlanda desde dezembro do ano passado.
“No dia seguinte meu nome saiu aqui nos jornais e as doações explodiram. Eu não tenho a menor ideia do que vou fazer com esse dinheiro. Minha ficha não caiu. Não tenho a menor ideia do que vou fazer da minha vida daqui pra frente”, comentou.
Visita no hospital
Caio ainda está aprendendo a lidar com o reconhecimento, mas diz que sua maior preocupação é que as vítimas, sobretudo a garotinha de 5 anos que ele salvou, se recupere rapidamente.
Logo depois do ataque, um boato dizendo que a menina havia falecido surgiu, e Caio foi até o hospital verificar.
“Os pais queriam privacidade e não estavam recebendo ninguém. Quando me identifiquei, eles fizeram questão que eu subisse e me trataram com muito carinho, conversamos. A partir dali eu passei a me sentir em paz com a situação, conseguir voltar a dormir”, explicou.
O homem disse que um dos ferimentos atingiu o coração da criança, mas a equipe médica disse que a cada momento a menina se recupera melhor.
Capacete tornou-o conhecido
Foi com o capacete que Caio foi para cima do agressor e impediu que o ataque continuasse. O objeto também foi o que o tornou famoso.
Depois do ataque, o motoboy estava traumatizado e precisou tomar calmante.
“Eu não conseguia descansar. A minha mão não parava de tremer. Foram pelo menos duas noites sem dormir. E eu fiquei tão desorientado, por estar em outro país, e minha família longe, com necessidade de mandar dinheiro para eles, que eu só queria um capacete emprestado para continuar trabalhando”.
A notícia que Caio precisava de um novo capacete começou a circular entre os amigos e a coisa estourou quando o lutador Conor McGregor compartilhou no Instagram.
Depois, já conhecido, Caio foi recebido pelo primeiro-ministro do país e recebeu uma medalha pelo ato de coragem durante o ataque. Homenagem merecidíssima, como mostramos ontem no Só Notícia Boa
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A vida na Europa
O motoboy foi para Europa quando tinha 18 anos.
Permaneceu em Londres, conheceu sua esposa e teve a primeira filha.
Com o dinheiro que juntou, retornou ao Brasil e abriu o bar Barkana, em Icaraí.
O restaurante ficou muito famoso, mas pegou fogo e Caio não conseguiu se reerguer.
Em dezembro do ano passado, ele aproveitou que tem o passaporte português e decidiu tentar a vida em Dublin.
Hoje ele é conhecido no mundo inteiro.
Com informações de O Globo.
Fonte: sonoticiaboa