A trajetória da soja brasileira registra um novo e significativo avanço no campo da biotecnologia. A mais recente onda de inovação promete estabelecer um patamar superior de rendimento, combinando ferramentas de proteção e manejo para maior eficiência e segurança nas lavouras.
Esse “salto de inovação” é representado pela nova tecnologia Intacta 5+, detalhada por Fábio Passos, diretor comercial para a soja da Bayer. De acordo com o executivo, a nova geração de biotecnologia para soja traz uma “tecnologia extremamente diferente para o mercado que vai agregar muito o modo de ação de herbicidas”, sendo um marco importante na trajetória de inovações da companhia.
A Intacta 5+ é o próximo passo de uma linha que começou com a Soja RR e passou pela Intacta e Intacta2 Xtend, frisa ele em entrevista do Direto ao Ponto desta semana.
20 anos da biotecnologia na soja
Passos relembrou que a biotecnologia na soja no Brasil comemora 20 anos desde a primeira aprovação para comercialização em 2005. Segundo ele, todas as gerações de biotecnologia trouxeram ganhos, inicialmente pela possibilidade de plantio em áreas antes inviáveis devido à pressão de plantas daninhas, e posteriormente com incrementos diretos na colheita.
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O diretor ressalta que a adoção de novas tecnologias no país é um fator crucial para os saltos na produtividade, citando dados da Conab. “A gente vê de que fato ela muda o patamar de produtividade na medida que eu tenho 50% de mercado”, explica, destacando que essa marca foi atingida com a Soja RR, a Intacta, e será atingida com a Intacta2 Xtend na próxima safra.

A principal realização, segundo Passos, é a segurança proporcionada ao agricultor brasileiro, que possui uma taxa de adoção de tecnologia superior a 98%, uma das maiores do mundo. Essa tranquilidade permite que o produtor não dependa apenas do manejo manual ou da aplicação no momento da infestação.
“Essa tranquilidade que eu garanto dessa proteção 24 horas por dia, sete dias na semana, ela é muito diferente, porque ela agrega claramente em algo que talvez é muito mais sobre a tranquilidade, a facilidade desse agricultor e, obviamente, uma grande caixa de ferramentas”, diz ao programa do Dia de Ajudar Mato Grosso.
Piramidação de genes para longevidade da tecnologia
O tema da resistência de lagartas e a importância do refúgio é destacado pelo diretor comercial da Bayer. Conforme ele, o refúgio é “uma coisa importante para que a gente faça” para garantir a longevidade da tecnologia, e isso se manterá para a Intacta 5+.
No entanto, a nova tecnologia traz um mecanismo proativo de gestão de resistência, salienta. A Intacta 5+ virá com cinco proteínas para lagartas, sendo duas delas inéditas.
“Quando a gente coloca cinco proteínas para lagarta… Hoje eu tenho no mercado tecnologias com duas ou três proteínas, o que já é bastante. Mas, quando eu coloco cinco, sendo duas inéditas, significa que quando a gente fala de piramidação, ou seja, coloco mais tecnologia na mesma, então a chance de eu fazer múltiplos modos de ação para pegar aquela lagarta e evitar resistência ela é muito grande”, detalha o diretor.
Combate silencioso às plantas daninhas
Outro ponto fundamental da Intacta 5+, frisado por Passos, é a gestão das plantas daninhas, que representam perdas de produtividade muitas vezes não quantificadas pelo agricultor, pois a competição ocorre silenciosamente sob a lavoura.
“Fundamental, porque de fato é uma perda de produtividade quase que silenciosa porque fica embaixo da soja. Você de fato não está vendo essa mato competição”, afirma Passos ao Dia de Ajudar Mato Grosso, observando que o problema é a falta de efetividade no controle, e não a ausência de aplicação por parte do produtor.
Ainda de acordo com ele, trabalhos em parceria com acadêmicos e consultores estão sendo feitos para isolar fatores e trazer dados objetivos sobre o quanto é perdido em produtividade com a presença de determinadas plantas daninhas.


Cinco herbicidas e a segurança do dicamba
A tecnologia Intacta 5+ não foca apenas na proteção contra lagartas, mas também na flexibilidade de manejo de plantas daninhas, oferecendo tolerância a cinco herbicidas: glifosato, glufosinato, 2-4D, dicamba e mesotriona.
Passos destaca o uso do mesotriona na cultura da soja como uma novidade de grande valor, especialmente pela sinergia nas misturas. “A mesotriona não é uma molécula nova. Ela está presente no milho. Em soja ela é nova, mas ao mesmo tempo esse poder de combinar, talvez esse é o grande valor de uma tecnologia como essa de flexibilidade”, pontuou.
Sobre a formulação do Dicamba para uso pós-emergente na cultura da soja no Brasil (Dicamba Xtendimax 2), que inclui o adjuvante VapourGrip, garantindo mais segurança e mitigando o risco de deriva, Passos pontua que tem “uma tecnologia que assegura mais segurança” e reforça que a Bayer investe em treinamento para garantir que o agricultor esteja “preparado para usar a tecnologia também”.
Testes e lançamento comercial
Sobre a data de lançamento, Fábio Passos reforça o compromisso da Bayer de provar o ganho de produtividade antes da comercialização.
“A partir da safra que vem [2025/26] nós vamos ter 500 produtores testando a tecnologia para que a gente possa primeira coisa responder quanto mais que vai produzir”, revela. A safra 2027/28, explica, será o período em que a tecnologia entrará no portfólio da empresa para o possível lançamento comercial, dependendo da aprovação de países importadores como China e Europa.
O executivo da Bayer ressalta o alinhamento regulatório da companhia com o mercado externo, mesmo que a tecnologia já esteja aprovada para plantio no Brasil. “O que a gente não pode fazer é exportar esse grão para a China. Então a gente entende que a nossa segurança é garantir que a cadeia seja confortável num lançamento como esse”, conclui.
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Fonte: canalrural






