Christinny dos Santos
Única News
Liara, a filha de Emilly Azevedo Sena, adolescente de 16 anos que foi morta quando estava grávida de 9 meses, nasceu “sem vida” e precisou ser reanimada pela assassina da mãe dela, Nataly Helen Martins Pereira. A informação consta na denúncia oferecida pelo Ministério Público à Justiça de Mato Grosso, nessa quarta-feira (26), e foi citada como forma de demonstrar que a criminosa agiu com dolo eventual, assumindo o risco de matar a criança, quando realizou o parto da vítima.
Embora a criminosa tenha sido indiciada pela Polícia Civil por homicídio quadruplamente qualificado, a Promotoria denunciou a assassina por feminicídio, tentativa de aborto e outros seis crimes.
Grávida de 9 meses, Emilly saiu de casa no dia 12 deste mês e disse para o pai que buscaria roupas de bebê que havia ganho em Cuiabá, pois contava com as doações para montar o enxoval. Nataly a atraiu para uma emboscada, onde a atacou, realizou o parto do bebê de maneira forçada e a deixou morrer sangrando. Vinte e quatro horas depois, o corpo da adolescente foi encontrado em uma cova rasa no quintal aos fundos da casa de parentes da assassina, que posteriormente confessou o crime.
Conforme a denúncia, Nataly aplicou um golpe mata-leão na vítima e colocou sacos plásticos em sua cabeça para asfixiá-la. Uma vez que a criminosa cursou parte da faculdade de enfermagem, tinha conhecimentos para saber que seu ato poderia causar a morte do feto por hipóxia. Portanto, a assassina “assumiu o risco de causar a morte do feto por privação de oxigênio, tentando assim provocar aborto, sem o consentimento da gestante, na modalidade de dolo eventual”, diz trecho do documento.
Além disso, consta na denúncia que Liara nasceu, de fato, sem vida. “O bebê nasceu sem sinais vitais, precisando ser reanimado pela própria denunciada através de massagem cardíaca, o que evidencia o risco concreto à vida fetal provocado pelas ações asfixiantes anteriores”, destaca a denúncia.
Uma vez que Nataly agiu com dolo eventual, sua conduta configura tentativa de aborto, uma vez que assumiu o risco de matar o bebê, embora o resultado não tenha se consumado.
O promotor Rinaldo Segundo entendeu também que o caso configura crime de feminicídio, isto porque Nataly menosprezou a condição de mulher da vítima. Vítima esta que só esteve nestas condições pelo fato de ser mulher.
“Nataly tratou Emelly como um mero objeto reprodutor, um ‘recipiente’ para o bebê que desejava, demonstrando total desprezo pela sua integridade corporal e autodeterminação. A conduta de Nataly revela a coisificação do corpo feminino, reduzindo-o à sua função reprodutiva, como evidenciado pelo fato de ter mantido contato com a vítima por meses apenas com o intuito de monitorar o desenvolvimento da sua gestação e, no momento oportuno, apropriar-se violentamente do fruto de seu ventre”, argumentou o promotor.
Além de feminicídio e tentativa de aborto, na denúncia também constam os crimes de subtração de recém-nascido, parto suposto, ocultação de cadáver, fraude processual, falsificação de documento particular e uso de documento falso.
O crime
Conforme noticiado pelo Única News, Emilly morreu por hemorragia, após ser asfixiada com um fio de internet — que a deixou apenas inconsciente — e ter a barriga cortada com uma faca de cozinha. “E como ela estava viva, tirou o nenê enquanto ela estava viva. Ela foi agonizando e morreu”, destacou a Diretora Metropolitana de Medicina Legal, Dr. Alessandra Carvalho.
A jovem morreu “exsanguinada”, ou seja, perdeu todo o sangue de seu corpo. A hemorragia foi causada por dois cortes grandes feitos na barriga dela para retirar a bebê, em forma de “T”.
Prisões
Com Emilly ainda desaparecida, Nataly, acompanhada do marido, Christian Albino Cebalho de Arruda, foi presa no Hospital e Maternidade Santa Helena, tentando registrar uma bebê recém-nascida, que mais tarde descobriu-se ser filha da vítima, alegando ter parido em casa. No entanto, a equipe médica foi bastante perspicaz e percebeu que a mulher não tinha sinais parto recente. A suspeita foi confirmada através de exames.
A recém-nascida ficou internada no hospital e o casal foi preso em flagrante.
Na manhã de quinta-feira (13), a Polícia Civil fez buscas na casa de um parente de Nataly, onde o corpo de Emilly foi encontrado na cova rasa. Então outras duas pessoas foram presas. A assassina, porém, confessou o crime, isentado o marido e os outros dois de participação no crime. Diante disso, apenas ela ficou presa e eles foram liberados na noite de quinta-feira.
Felizmente a bebê está saudável e será criada em guarda compartilhada pela mãe e marido e Emilly.
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Fonte: unicanews