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BBC não menciona massacres em vídeo sobre comunismo: polêmica em debate

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A BBC está sob críticas por apresentar uma visão distorcida do comunismo em seus materiais educacionais voltados para crianças, de acordo com reportagem do jornal britânico The Telegraph publicada neste sábado, 19.

O site Bitesize, destinado a alunos de 11 a 14 anos, publicou um e a história da União Soviética que não menciona ditadores como Joseph Stalin e as milhões de mortes sob regimes comunistas no século XX.

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“A narração no vídeo da BBC admite que algumas pessoas pensam que a ideologia e o sistema econômico podem colocar ‘muito limites à liberdade individual’ e serem ‘centralizados demais’”, diz o Telegraph. “No entanto, nenhuma outra desvantagem dos regimes comunistas é apresentada no material didático, que não menciona a fome e os assassinatos em massa na União Soviética, na China de Mao Zedong ou no Camboja de Pol Pot.”

Estima-se que o comunismo fez mais de 100 milhões de vítimas, incluindo assassinatos em massa e políticas deliberadas que causaram fome generalizada, como o Holodomor.

Historiador e ativista criticam vídeo sobre comunismo da BBC

Em contraste, um vídeo paralelo sobre o capitalismo no mesmo site lista um número maior de críticas ao sistema capitalista, ressaltando a concentração de poder em uma minoria. Essa discrepância nas abordagens tem gerado debates sobre a forma como o comunismo é apresentado às crianças.

O professor Robert Tombs, historiador da Universidade de Cambridge, afirmou que ensinar o comunismo apenas como uma teoria política com desvantagens menores é “totalmente desonesto”.

“Ensinar a história do comunismo como se fosse apenas mais uma teoria política com algumas desvantagens menores, em vez da base de muitas das formas mais desumanas do totalitarismo da história, é totalmente desonesto e torna impossível para as crianças entenderem o mundo moderno”, declarou o historiador.

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Clifford D May, fundador da Fundação para a Defesa das Democracias, também criticou a BBC, acusando-a de retroceder em seu compromisso com a verdade histórica.

“Durante a era soviética, milhões de pessoas subjugadas de Berlim Oriental a Vladivostok se amontoavam em rádios de ondas curtas para ouvir as notícias do Serviço Mundial da BBC — apesar de saber que isso poderia colocá-las no — ou até mesmo acabar com suas vidas”, lembrou o May.

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Gulag, Ou Cela De Detenção (“Isolador Penal”) De Um Campo Na Região De Vorkuta, 1945 | Fonte: Arquivo Estatal Da Federação Russa

E prosseguiu: “Eles entenderam que o maior inimigo dos regimes comunistas é a verdade. Comunismo significa necessariamente um Estado de partido único, nenhuma separação de poderes, nenhum partido de oposição ou associações cívicas independentes, e nenhuma liberdade de expressão ou consciência”, ensinou o ativista. “O comunismo vai contra tudo o que a BBC tem representado historicamente.”

Para ele, a “BBC deveria estar dizendo abertamente aos jovens essas verdades”. ” A BBC não deveria estar retrocedendo”, lamentou.

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May acrescentou que o papel da emissora seria “especialmente importante agora”, destacando que o Partido Comunista Chinês, “o partido comunista mais poderoso da história” está “liderando uma nova Guerra Fria contra o Ocidente em estreita associação com o ditador neo-imperialista da Rússia, o ditador jihadista do Irã e o ditador dinástico da Coréia do Norte”.

Resposta da BBC

Em resposta, a BBC afirmou que o recurso Bitesize for Teachers não recebeu reclamações formais e foi projetado como ferramenta complementar, não um resumo abrangente do currículo histórico. “Este é um recurso Bitesize for Teachers e claramente rotulado para uso pelos professores, não para uso direto pelos alunos. Ele é projetado para ser usado juntamente com outros recursos e, portanto, não é um resumo abrangente da área curricular. Há outros recursos para os professores que cobrem a opressão e o assassinato por regimes comunistas”, afirmou um porta-voz da emissora pública britânica ao Telegraph.

Fonte: revistaoeste

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