A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, reafirmou o compromisso de ampliar o uso de moedas locais em financiamentos concedidos aos países do Brics. Durante seminário no BNDES, no Rio de Janeiro, ela destacou que a meta é alcançar 30% da carteira do banco nessa modalidade até 2026, superando os atuais 25%.
Segundo Dilma, a estratégia visa reduzir custos e oferecer maior segurança para financiamentos de longo prazo. Ela explicou que empréstimos em dólares ou euros estão sujeitos a oscilações cambiais, o que eleva o risco em projetos com prazos de 20 ou 30 anos, como hidrelétricas ou outras fontes de energia. O uso de moedas locais mitiga essas vulnerabilidades, já que elimina a exposição à política monetária de economias avançadas.
O NDB, também conhecido como Banco do Brics, foi criado para mobilizar recursos e financiar infraestrutura e desenvolvimento sustentável em países emergentes. Desde 2014, a instituição aprovou 122 projetos somando cerca de US$ 40 bilhões. Para o Brasil, foram 29 projetos com valor total de US$ 7 bilhões e desembolsos que representam 18% do total liberado pelo banco.
As medidas para fortalecer o bloco geraram críticas do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaçou impor tarifas de 10% a países que, segundo ele, adotem políticas consideradas antiamericanas.
Atualmente, o NDB conta com 11 membros, incluindo Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Emirados Árabes, Bangladesh, Egito, Argélia, Uzbequistão e Colômbia, embora fazer parte do Brics não garanta automaticamente acesso ao banco de fomento.
Fonte: cenariomt