O Banco Master contratou a advogada Mirian Ribeiro Rodrigues de Mello Gonçalves, mulher do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, para atuar em um caso bilionário no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Essa contratação ocorreu depois de uma liminar desfavorável ao banco, emitida pela ministra Nancy Andrighi, cujo gabinete está sob investigação, embora o processo específico não esteja.
Mirian integrou a defesa do Banco Master de junho a dezembro de 2024. Sua participação no caso se encerrou depois da prisão de seu marido, Andreson, em novembro do mesmo ano, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin.
Andreson permanece detido em um presídio de Mato Grosso, envolvido em investigações sobre intermediação de decisões judiciais.
Master removeu contratação
Depois da prisão de Andreson, Mirian foi removida do quadro de representantes do banco. O Master declarou que ela “não tem qualquer contrato ou relação direta com o banco” e sugeriu que sua contratação pode ter sido feita por um escritório sem seu conhecimento direto.
A questão no STJ envolve o foro adequado para um caso de cessão de direitos creditórios. O Banco Master diz que a transação ocorreu antes da recuperação judicial, de modo que o julgamento deve ocorrer no Distrito Federal. A parte adversária argumenta que a operação pode impactar a recuperação judicial e que a Justiça comum deve tratar o caso.
Decisões judiciais e investigações

Em maio, 2024, a ministra Nancy Andrighi afirmou ser “inviável a concessão de liminar” ao banco. Em fevereiro deste ano, o Ministério Público Federal opinou que a vara de Pernambuco deve ser responsável pelos atos executivos do grupo em recuperação.
Andreson, ligado a escândalos no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, também servia de conexão para o advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro, com tribunais de Brasília. Ele é suspeito de negociar decisões no STJ e está sob investigação por lavagem de dinheiro, com um aumento patrimonial de mais de 3.000% entre 2014 e 2015. Andreson nega irregularidades.
No último mês, o Banco de Brasília (BRB), cujo maior acionista é o governo distrital, adquiriu 58% das ações do Banco Master. A operação ainda aguarda aprovação do Banco Central e do Cade.
Fonte: revistaoeste