Economia

Banco Central projeta juros elevados devido à persistência da inflação

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O Banco Central (BC) indicou que a taxa básica de juros deve permanecer em um nível elevado por um período prolongado, diante da persistência da inflação acima da meta e das incertezas causadas pelo novo pacote tarifário dos Estados Unidos. A avaliação consta na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (5).

Na reunião realizada em 30 de julho, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano, o maior patamar desde julho de 2006. A medida busca conter a inflação, que atualmente acumula 5,35% em 12 meses, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A meta estipulada para o indicador é de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

No documento, os diretores do BC afirmam que o ambiente inflacionário continua desafiador e que os efeitos do aumento de tarifas pelos EUA sobre produtos brasileiros ainda são incertos. O Copom alerta para um cenário externo mais adverso e incerto, o que exige postura de cautela.

Internamente, o comitê ressalta que as expectativas de inflação seguem desancoradas e que os núcleos de inflação permanecem acima do necessário para alcançar a meta. Essa persistência da pressão inflacionária é atribuída ao consumo aquecido e ao mercado de trabalho em ritmo forte, com níveis historicamente baixos de desemprego e crescimento real da renda.

A ata também menciona que, apesar do início da elevação dos juros em setembro de 2024 já ter esfriado o mercado de crédito, os efeitos completos ainda estão sendo avaliados. O crédito consignado privado, por exemplo, teve impacto menor que o esperado.

O documento destaca, ainda, preocupações com a política fiscal do governo, como o aumento de gastos e a indefinição sobre a estabilização da dívida pública. Esses fatores podem elevar a taxa de juros neutra da economia, dificultando o combate à inflação sem comprometer o crescimento.

Desde setembro do ano passado, a taxa Selic subiu gradualmente de 10,5% para os atuais 15%. A política monetária contracionista, que encarece empréstimos e desestimula investimentos, é a principal ferramenta do BC para controlar a inflação. Segundo a instituição, os efeitos dessa política costumam aparecer entre seis e nove meses após as decisões.

O BC reforça que o ciclo de alta foi interrompido temporariamente para avaliar o impacto das medidas adotadas e determinar se o nível atual da Selic será suficiente para trazer a inflação de volta à meta no médio prazo.

Fonte: cenariomt

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