O Banco Central (BC) anunciou que só divulgará uma nova carta aberta no início de abril de 2026 se a inflação oficial acumulada em 12 meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), permanecer acima do teto da meta, fixado em 4,5%. A confirmação desse prazo foi feita pela autoridade monetária nesta sexta-feira (11).
No dia anterior, o BC publicou uma carta explicando que o IPCA fechou o primeiro semestre de 2025 em 5,35%, ultrapassando o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). De acordo com o Banco Central, o aumento da inflação na primeira metade do ano foi influenciado pelo aquecimento da economia, a alta no preço do café e a bandeira vermelha no custo da energia elétrica.
A meta oficial de inflação está definida em 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, permitindo que o IPCA oscile entre 1,5% e 4,5% durante o período analisado.
Nova periodicidade para cartas
Embora inicialmente houvesse a expectativa de que o BC explicasse o descumprimento da meta a cada seis meses, a autoridade monetária esclareceu que essa obrigação se aplica apenas à primeira carta publicada após a adoção do sistema de metas contínuas. As próximas cartas só serão emitidas após o prazo determinado.
Segundo o BC, uma nova carta será necessária apenas se, até março de 2026, a inflação oficial continuar acima do teto de 4,5% no acumulado em 12 meses. Essa publicação pode ser antecipada ou postergada caso o Conselho Monetário Nacional altere a meta ou se o BC reavalie o cronograma.
Expectativa para o centro da meta
Na carta divulgada na quinta-feira (10), o BC não indicou uma data para o retorno da inflação ao centro da meta, de 3%. Entretanto, na nota emitida nesta sexta, a autoridade informou que a expectativa é que essa convergência ocorra no quarto trimestre de 2026, que representa o horizonte relevante para a política monetária.
As projeções do boletim Focus, pesquisa que coleta estimativas de instituições financeiras, indicam que o IPCA permanecerá acima de 3% até o final de 2026. Mesmo assim, o Banco Central destacou que as decisões sobre a Taxa Selic, usada para controlar a inflação, não necessariamente seguem o cenário base do Focus, já que as trajetórias de juros adotadas internamente visam garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte definido.
Fonte: cenariomt