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Economia

Banco Central foi alertado em setembro de 2023 sobre risco de falência do Banco Master: o que isso significa?

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O foi avisado em setembro de 2023 sobre os riscos de falência do Banco Master. A instituição financeira enfrentava problemas por causa das operações arriscadas comandadas do dono, Daniel Vorcaro.

Banco Central | Foto: Raphael Ribeiro/BCB; BC
O Banco Central Decidiu Não Atuar No Caso | Foto: Raphael Ribeiro/Bcb

Em 5 de setembro de 2023, um relatório de 31 páginas enviado pelo fundo de investimento , do gestor , ao chefe do Departamento de Supervisão Bancária do BC,  , informava que o teve uma escalada incomum na captação de recursos via Depósitos a Prazo (CDBs), com aumento médio de 100% a cada exercício financeiro, e que os recursos captados com tais emissões de CDB estão sendo aplicados de forma maciça em cotas de Fundos de Investimentos Creditórios (FIDCs) e Fundos de Investimentos e Participações (FIPs) que não teriam a solidez prevista pela regulamentação bancária em vigor.

No documento, o fundo reportou demonstrações financeiras do Banco Master, apontando inconsistências e riscos para a solvência do banco.

“A avaliação e contabilização de tais ativos pelo Banco Master, também à primeira vista, podem não estar observando nem as boas práticas de mercado nem a regulamentação em vigor, de modo que as demonstrações financeiras da citada instituição podem não estar refletindo sua real situação financeira e patrimonial”, informava o documento.

Em seu comunicado ao Banco Central, o ESH salientou que “a aplicação dos recursos do Banco Master nesse tipo de ativos, ainda mais no contexto da escalada de captações em CDBs, pode, em tese, estar levando a citada instituição financeira a uma exposição anormal a riscos de liquidez e/ou solvência, com potencial de efeitos deletérios sobre a poupança popular captada e, por conseguinte, sobre o sistema financeiro nacional”.

Banco Central respondeu que não iria atuar no caso do Banco Master

A resposta do Banco Central chegou apenas um ano depois, negando qualquer atuação contra o Banco Master.

“Constatou-se que os temas abordados na referida comunicação são abrangidos pelo contínuo trabalho junto a diversas entidades supervisionadas, inclusive o Banco Master”, escreveu o . “Conclui-se pela desnecessidade de procedimento de supervisão específico e o processo eletrônico que acolheu a referida comunicação foi encerrado.”

Procurado por , o não respondeu aos pedidos de informação. O espaço continua aberto para eventuais manifestações da autarquia.

Entenda o caso do Banco Master

A crise do Banco Master poderia se tornar mais um escândalo no mercado financeiro brasileiro.

Famoso por oferecer com rendimentos de até 140% do CDI, muito acima da média do mercado, o Banco Master chegou a acumular mais de R$ 50 bilhões em passivos.

Desse montante, cerca de R$ 12 bilhões vencerão em 2025.

Todavia, a carteira de ativos do Master é composta majoritariamente de precatórios (dívidas judiciais de pagamento incerto), além de ter realizado investimentos em empresas em dificuldades financeiras ou até mesmo em recuperação judicial, como , , e . Muitas das quais ligadas ao empresário .

O risco de insolvência do Master poderia provocar a intervenção do , que pagaria os depósitos até R$ 250 mil no lugar do banco. Entretanto, o capital do FGC hoje é de cerca de R$ 132 bilhões, e uma eventual falência do Master provocaria um sério estresse no mercado financeiro.

O Banco Master enfrenta uma crise de credibilidade que poderia se transformar em uma crise de liquidez. Mas, no fim de março, recebeu uma oferta de compra por parte do banco , instituição financeira pública do Distrito Federal, por R$ 2 bilhões.

Fonte: revistaoeste

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