A companhia aérea Azul Linhas Aéreas anunciou nessa segunda-feira (11) o fim das operações em 14 cidades brasileiras, como parte de um plano de reestruturação e ajustes operacionais iniciado em julho.
Em comunicado, a empresa informou que a decisão leva em conta fatores como aumento dos custos da aviação, alta do dólar, dificuldades na cadeia global de suprimentos e redução temporária da frota disponível.
Cidades afetadas
De acordo com a Azul, deixarão de receber voos as cidades localizadas nos seguintes estados:
- Ceará: Crateús, São Benedito, Sobral e Iguatú
- Rio de Janeiro: Campos
- Santa Catarina: Correia Pinto e Jaguaruna
- Rio Grande do Norte: Mossoró
- Piauí: São Raimundo Nonato e Parnaíba
- Goiás: Rio Verde
- Maranhão: Barreirinha
- Mato Grosso do Sul: Três Lagoas
- Paraná: Ponta Grossa
A empresa informou que passará a concentrar suas operações nos aeroportos de Viracopos (Campinas-SP), Confins (Belo Horizonte-MG) e Recife (PE), conhecidos como hubs (pontos centrais de conexão). Com isso, haverá redução de rotas com conexões, priorizando voos diretos e estratégicos.
Voos suspensos partindo de Cuiabá
Em 1º de julho, a Azul suspendeu seis rotas partindo do Aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Os voos afetados tinham como destino os aeroportos de Alta Floresta (MT), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Brasília (DF) e Maceió (AL).
A informação foi confirmada pela Centro-Oeste Airports (COA), concessionária que administra o terminal aéreo. A COA informou que a decisão de cancelar as rotas é de responsabilidade exclusiva da companhia aérea, que pode ajusta-la conforme estratégias comerciais e operacionais.
O Primeira Página procurou a Azul Linhas Aéreas para um posicionamento, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
A concessionária do aeroporto orienta os passageiros impactados pelos cancelamentos a procurarem diretamente a Azul para obter informações sobre reacomodações ou reembolsos.
Cancelamentos da Azul a partir de Cuiabá
- Alta Floresta (MT)
- Campo Grande (MS)
- Curitiba (PR)
- Goiânia (GO)
- Brasília (DF)
- Maceió (AL)
Reestruturação financeira
Em recuperação judicial nos EUA desde 28 de maio, a Azul busca levantar US$ 950 milhões por meio de acordos de reorganização financeira com parceiros estratégicos, incluindo as norte-americanas United Airlines e American Airlines. O valor total da reestruturação está estimado em cerca de US$ 1,6 bilhão.
O pacote também envolve credores e arrendadores de aeronaves. A Azul ressalta que suas operações e vendas continuam normalmente, garantindo que passagens já emitidas, benefícios e pontos do programa Azul Fidelidade não serão afetados.
Recuperação judicial
O Chapter 11 é um mecanismo de recuperação judicial previsto na legislação dos Estados Unidos. Por meio dele, empresas podem realizar uma reestruturação financeira sob supervisão de um tribunal norte-americano, garantindo a continuidade das operações durante todo o processo.
No caso da Azul, a medida busca eliminar cerca de US$ 2 bilhões em dívidas, renegociar contratos de arrendamento de aeronaves, otimizar a frota e conquistar mais flexibilidade para fortalecer a estrutura de negócios.
A companhia afirma que o plano é um movimento estratégico para ajustar seu capital, impactado pela pandemia de Covid-19, pelo cenário macroeconômico instável e por entraves na cadeia de suprimentos global.
Ainda segundo a Azul, o objetivo é ir além da reorganização financeira, criando “uma companhia aérea mais sólida e resiliente” para enfrentar os desafios do setor.
*com informações Agência Brasil
Fonte: primeirapagina