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Controlador ou cuidadoso: como identificar e lidar com esses comportamentos no casamento

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Que horas você vai chegar? Já comeu? Quando você vai começar a praticar alguma ? Estava falando com quem ao telefone? Você já marcou um médico? Por que você não vai dormir mais cedo? Todas essas são algumas das perguntas que já fizemos para a pessoa amada em um relacionamento, mas com qual objetivo: cuidado ou controle?

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Para responder a essa pergunta, primeiro precisamos distinguir as diferenças nas características de cada forma de comportamento humano. Maria Silvia Todeschi de Sousa, psicóloga de família e casais, explica que, na maioria das vezes, enquanto a pessoa cuidadosa tem a preocupação de assegurar o bem-estar e segurança de sua parceria, o controlador tende a desrespeitar a individualidade do outro, pois se preocupa apenas em aliviar as suas próprias inseguranças e atender suas necessidades.

“Quando
há respeito pela esfera individual e o foco é e cuidado por amor e zelo
ao outro, trata-se de uma relação de cuidado. Entretanto, quando não há espaço
para a individualidade de alguém no casal e há necessidade de controle e
atitudes de úvida e insegurança, trata-se de uma relação com algum tipo de
controle”, diferencia a especialista.

Impactos no relacionamento

Comportamentos de controle dentro de um relacionamento podem acabar, com o tempo, trazendo alguns impactos negativos, já que pelo padrão de comportamento do controlador ser o ataque, é enfrentado com contra-ataque ou afastamento. “Assim, se o outro, na tentativa de se defender, contra-ataca, com críticas e fala mais explosiva, o casal passa a ter que lidar com conflitos constantes”, alerta Maria Silvia.

E, se diferentemente ele tende a se afastar do conflito, do controle ou de possíveis acusações das atitudes controladoras do seu cônjuge, o casal pode perder intimidade pela luta individual por espaço daquele que está sendo controlado. “Portanto, o comportamento de controle tende a colocar um casal em crise, seja por conflitos explícitos ou até mesmo por distanciamento e conflitos implícitos e silenciados”, indica a psicóloga.

A comunicação do casal é fundamental

Além de
identificar os comportamentos, Gisseli Cristina Teresin de Amorim, psicóloga
especialista em terapia familiar sistêmica, acredita ser imprescindível
expressar as próprias necessidades para o cônjuge, de maneira clara e
autêntica.

“Passamos
pela vida nos relacionando como se tivéssemos de nos defender ou defender uma
suposta superioridade em relação aos outros, onde não cabe ‘estar por baixo’.
Mas, relacionar-se verdadeiramente implica em sermos vulneráveis, suportando
decepções e abraçando conflitos, sem medo de naufragar”, acredita ela.

Contudo,
Gisseli desabafa que grande parte de nós não foi criada dessa forma. “Não fomos
educados para nos comunicar com o outro expondo nossas vulnerabilidades, pelo
contrário, somos experts em julgamentos e cobranças. Simplesmente nos retiramos,
defendemos e imputamos ao outro a inabilidade em nos amar, encaixando-o em uma
das categorias de mau comportamento, como de ‘controlador’”, exemplifica a
psicóloga.

Porém, o
escritor Claudio Thebas, segundo ela, afirma que o de viver na defensiva
é alto e que quando nos colocamos diante do outro como um possível oponente a
ser combatido, acabamos por nos perder da nossa própria humanidade e nossa
capacidade de amar e sentir compaixão.

“Isso
significa que deixamos de nos conectar com nossas próprias necessidades e
sentimentos quando somos levados a estar sempre focando em autoproteção e no
suposto comportamento inadequado do outro. Nos perdemos de nós e perdemos ao
outro”, acrescenta Gisseli.

Por isso,
é importante que o diálogo seja baseado no retorno à das próprias
necessidades e sentimentos e não nas queixas sobre o comportamento alheio. “O
que eu sinto quando você me diz algo ou se comporta de tal maneira é genuíno e
autêntico, ao contrário do meu julgamento sobre o seu caráter ou intenção por
traz de tal comportamento, que é inútil, equivocado e hostil”, destaca.

Assim,
para ela, todos nós podemos ter momentos em que seremos os controladores ou os
cuidadosos da ocasião, por isso “a saúde emocional está ligada à possibilidade
de comunicar um ao outro quando se sente controlado ou não se sente cuidado”.

E isso
pode ser feito expressando as necessidades de forma clara, revelando suas
vulnerabilidades e desconfortos pelo comportamento “controlador” para que ajude
o outro a compreender suas atitudes e tente mudar, orienta Maria Silvia. “Fazer
pedidos ao invés de acusações tende a dar um resultado melhor porque favorece
uma comunicação de qualidade. Sinalizar as próprias expectativas e necessidades,
dizendo como você se sente e o que você gostaria que o outro fizesse facilita o
processo de mudança e é a base de uma comunicação funcional”, salienta ela, que
entende a acusação como uma forma negativa de expressão para uma relação
saudável.

“É por esse motivo que precisamos nos libertar dos padrões de convivência onde somos juízes e reaprendermos a nos conectar com o que sentimos e precisamos, aí então nos relacionaremos de , humano a humano, sem precisarmos de um checklist sobre o outro que nos dê a falsa sensação de proteção, conduzindo-nos contrariamente a um lugar de solidão e desamparo”, conclui Gisseli.

Fonte: semprefamilia.com.br

Sobre o autor

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Fábio Neves

Jornalista DRT 0003133/MT - O universo de cada um, se resume no tamanho do seu saber. Vamos ser a mudança que, queremos ver no Mundo