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Aumento do risco de queimadas em SĂŁo Paulo a partir de quarta-feira

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O estado de SĂŁo Paulo sofreu com queimadas intensas a Ășltima sexta-feira (23) e o domingo (25). Foram mais de 34 mil hectares destruĂ­dos (o equivalente a uns 34 mil campos de futebol). Duas pessoas morreram, 60 ficaram feridas e 800 estĂŁo desalojadas.

De acordo com a Defesa Civil estadual, todos os focos de incĂȘndio foram extintos atĂ© a Ășltima segunda (26). A suspeita, compartilhada pelos governos estadual e federal, Ă© que os incĂȘndios tenham sido criminosos, fruto talvez de uma ação coordenada – uma hipĂłtese que ainda estĂĄ sendo investigada.

Até a tarde desta terça (26), cinco suspeitos foram detidos, desde um homem que jogou uma bituca de cigarro numa região afetada pelas queimadas a uma pessoa capturada com serras, um alicate, isqueiro e uma caixa de fósforos.

O fogo, provavelmente de origem humana, espalhou-se com facilidade pelo interior paulista por uma combinação de fatores: “umidade do ar e do solo muito baixas, temperatura muito alta [da semana passada] e intensidade dos ventos”, explica Maria Clara Sassaki, especialista em meteorologia da empresa TempoOK. 

Em condiçÔes como essas, uma bituca de cigarro pode virar um incĂȘndio incontrolĂĄvel. Os ventos levam as brasas para outros cantos e, assim, alastra o fogarĂ©u.

Apesar dos focos de fogo extintos, o interior paulista ainda tem 48 cidades em estado de alerta mĂĄximo para queimadas. A preocupação faz sentido, jĂĄ que o risco de incĂȘndios sĂł vai aumentar a partir da quarta–feira (28).

Vamos entender por quĂȘ.

Situação pode piorar

Nos Ășltimos dias, houve mais focos de incĂȘndio no estado de SĂŁo Paulo do que em toda a AmazĂŽnia. O ar seco jĂĄ Ă© normal para o Sudeste e o Centro-Oeste nessa Ă©poca do ano, mas queimadas como essas nĂŁo sĂŁo tĂŁo frequentes em SĂŁo Paulo e em regiĂ”es mais ao sul do Brasil.

O que ajudou o ar seco nos Ășltimos dias foi a chegada tardia das frentes frias, mais fracas do que o comum para os invernos, com poucas ondas de vento gelado avançando pelo continente. Com essa “demora” do ar frio, a atmosfera do Brasil teve muitos dias seguidos de estabilidade, ajudando o ar seco do Brasil central a se espalhar.

Nos prĂłximos dias, a situação que jĂĄ Ă© ruim pode piorar. A massa de ar frio que afetou o Sudeste nos Ășltimos dias estĂĄ se afastando para o oceano. Pode olhar a previsĂŁo do tempo: a temperatura vai subir atĂ© o fim de semana

Não só: a chuva que veio com a frente fria não foi volumosa o suficiente para molhar o solo, o que ajudaria contra as queimadas. Quem ganha força com isso é o ar seco e quente.

“A partir de quarta-feira, quando as temperaturas voltarem a subir, o risco de queimadas aumenta novamente”, afirma Sassaki. Ela explica que nĂŁo hĂĄ chances significativas de chuva durante as primeiras duas semanas de setembro, entĂŁo o tempo vai continuar seco e o risco de incĂȘndios vai continuar alto. Sem uma frente fria para controlar os focos, o perigo Ă© que o fogo saia do controle.

Os perigos do fogo 

Cidades do estado de SĂŁo Paulo viram a noite chegar mais cedo no Ășltimo fim de semana, com uma nuvem escura de fuligem que prejudicava a visibilidade. 

Um efeito óbvio é a destruição da fauna e a flora da região. O fogo expÔe o solo e o torna mais suscetível à erosão. Também emite gases do efeito estufa e piora o aquecimento global. 

Para alĂ©m disso, hĂĄ o risco de pessoas inalarem esses gases ou partĂ­culas pequenas produzidas pelo incĂȘndio. Idosos e crianças, que sĂŁo mais vulnerĂĄveis a problemas respiratĂłrios, sĂŁo os principais afetados.

Fonte: abril

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