Presença tradicional na maioria das ceias natalinas das famílias em Mato Grosso e em todo o país, o peru chega mais caro às mesas neste fim de ano. Levantamento do Índice de Preços da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) aponta que o preço da ave subiu 13,6% em relação a 2024, variação bem acima da inflação média, e foi o principal responsável por puxar a alta da cesta de produtos natalinos, que acumulou aumento próximo de 5% neste Natal. Outros itens típicos da data também registraram reajustes expressivos.
A reportagem do jornal A Gazeta percorreu redes de supermercados e constatou que o preço do quilo do peru, nos principais estabelecimentos da região metropolitana de Cuiabá, varia entre R$ 32 e R$ 39, dependendo da marca e do tipo do produto. Os valores mais altos têm deixado o consumidor ainda mais atento na hora das compras.
A comerciante Vania Oliveira conta que intensificou a pesquisa de preços para tentar reduzir o impacto no orçamento. Estou de olho em todos os mercados para aproveitar o preço mais baixo. Como tenho uma família grande, é importante encontrar a melhor alternativa para ter o melhor custo-benefício.
Segundo especialistas e dados do setor, a alta do peru neste ano é explicada principalmente pelo aumento dos custos de produção, especialmente da ração, que representa entre 60% e 70% do custo total da ave. Apesar de algum alívio recente nos preços do milho e da soja, os produtores enfrentaram fortes oscilações ao longo do ano, além de períodos de oferta mais restrita. Somam-se a isso os custos logísticos e de transporte, que seguem elevados e pressionam o preço final pago no varejo.
Além do peru, outras fontes de proteína também apresentaram aumento anual, como o filé mignon, que teve avanço de quase 10 pontos percentuais sobre o preço do quilo, o atum sólido de 170 gramas, que subiu 8%, e o bacalhau, que subiu 6,7%. Além deles, também ficaram mais salgados o quilo da picanha bovina (+5,7%), do lombo de porco com osso (+4,3%) e do pernil suíno com osso (+2,7%).
O aumento dos preços das proteínas neste período é resultado da combinação entre demanda sazonal mais aquecida e custos elevados ao longo da cadeia produtiva. Além disso, aves, bovinos, suínos e peixes sofrem influência direta do mercado externo e da formação de preços das commodities, o que reduz a oferta interna em um momento de consumo mais intenso, explica o economista Pedro Silveira.
Fonte: gazetadigital






