Em 2019, Cleia viralizou nas redes sociais após ser filmada ajudando uma pessoa com deficiência visual a atravessar a rua e encontrar o ponto de ônibus. A imagem de empatia correu a internet e, desde então, ela ficou ainda mais marcada na memória dos cuiabanos.
Ela foi atropelada por uma carreta em frente à praça onde costumava ficar. Imagens registradas por câmeras de segurança mostram o momento em que Cleia, após pedir dinheiro no semáforo, retorna à calçada e caminha até a lateral do veículo. Ao se aproximar da cabine, entra em um ponto cego do motorista e é atingida, sendo arrastada e posteriormente atropelada pelas rodas do veículo.
Cleia saiu de casa ainda jovem, após problemas familiares, e acabou se envolvendo com as drogas. Sem conseguir se libertar do vício, encontrou na Praça do Porto um refúgio, onde sobreviveu por duas décadas.
A notícia da morte gerou repercussão nas redes sociais. Uma mulher relatou que, certa vez, Cleia a abordou não para pedir dinheiro, mas para pedir uma bíblia.
Outro internauta escreveu: “Ela era já figurinha carimbada no Porto! Cheguei a conversar com ela algumas vezes. Era tranquila, mas estava no vício e foi oferecido ajuda, mas a droga às vezes fala mais alto. Triste saber que ela se foi assim”, escreveu.
“Que descanse em paz! Quem nunca se deparou com ela no semáforo do porto próximo a ponte? Isso reacende o debate sobre a situação dos moradores de rua. Precisamos de políticas públicas voltadas a essas pessoas, a fim de dar dignidade a elas”, declarou outra internauta.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que busca esclarecer as circunstâncias do atropelamento. Até o momento, o motorista da carreta não foi responsabilizado.
Fonte: Olhar Direto