A soltura da ativista Martha Lía Grajales, processada por acusações de incitação ao ódio e conspiração, foi confirmada nesta terça-feira, 12, pelo marido, Antonio González. A decisão ocorre depois de intensas mobilizações na Venezuela e no mundo, incluindo um apelo do alto-comissário de Direitos Humanos, Volker Türk, que solicitou sua “libertação imediata” na segunda-feira 11.
Líder da ONG SurGentes, Martha havia sido detida em 8 de agosto, logo depois de participar de um protesto em frente à sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Chacao, região norte da Venezuela.
#EsNoticia | 🇻🇪⛓️ La activista de la ONG SurGentes Martha Grajales, detenida desde el pasado viernes, fue excarcelada la noche de este martes tras recibir una medida sustitutiva, según informó su esposo, Antonio González.
🛑 “A las 9:00pm aproximadamente, Martha Lía Grajales,… pic.twitter.com/CHbxVlhJvg
— EVTV (@EVTVMiami) August 13, 2025
“Quero informar que Martha Lía recebeu uma medida substitutiva da privativa de liberdade”, afirmou González, em vídeo divulgado na rede social X. Ele também é integrante da SurGentes.
Processo judicial permanece na Venezuela, e críticas aumentam

Apesar da liberdade provisória, o processo judicial contra Martha Lía Grajales prossegue. González classificou os procedimentos como “claramente arbitrários”. O Ministério Público venezuelano informou que a ativista responde por incitação ao ódio, conspiração com governo estrangeiro e associação criminosa.
Depois da reeleição do ditador Nicolás Maduro, contestada pela oposição do país e por diversos órgãos mundiais, manifestações tomaram as ruas. Elas já resultaram em 28 mortos, cerca de 200 feridos e mais de 2,4 mil detidos. Já houve a liberação de aproximadamente 2 mil pessoas, segundo dados da ditadura.
Grajales acompanha ações do Comitê de Mães em Defesa da Verdade, formado por parentes de presos pós-eleitorais. Eles respondem a diferentes processos, principalmente por incitação ao ódio e terrorismo. Tais crimes podem levar a penas de dez a 30 anos, limite máximo no país.
Nesta terça-feira, 12, Maduro alegou que várias ONGs que atuam em defesa desses detidos recebem financiamento da CIA e do Departamento de Estado dos EUA. “Pedem para criar um falso comitê de mães pela liberdade de presos políticos e quando você vê a lista são todos os que mataram pessoas no país, são os que feriram pessoas inocentes”, disse Maduro. “São presos políticos os que atacam com violência e matam? São terroristas.”
Fonte: revistaoeste