Galáxias são conjuntos de estrelas, poeira, gases e matéria escura que formam o Universo. Nós vivemos (assumindo que você, leitor, seja um companheiro terráqueo) na Via Láctea, uma galáxia espiral.
As galáxias podem ser agregadas em grupos, aglomerados e superaglomerados. No nosso caso, a Via Láctea faz parte do Grupo Local, que por sua vez integra o superaglomerado de Virgem – que é parte de uma estrutura cósmica ainda maior chamada Laniakea (uma palavra havaiana que significa “céu imenso”).
Agora, um grupo de astrônomos afirma ter encontrado o que pode ser a maior estrutura em escala do universo conhecido – um grupo de aglomerados e superaglomerados de galáxias. Chamada de Quipu, essa estrutura se estende por cerca de 1,3 bilhão de anos-luz (13 mil vezes maior que a Via Láctea) e contém a massa equivalente a 200 quatrilhões de sóis.
O nome Quipu vem de um sistema de contagem utilizado pelos incas baseado em nós em cordas. Assim como cordões de um quipu, a Quipu é uma estrutura com um grande filamento principal e vários filamentos laterais.
![1102–Universo-Layout_Site2 Imagem do Quipu no Museu de Arte de Cleveland em Cleveland, Ohio.](https://media.diadeajudar.com.br/wp-content/uploads/2025/02/12032535/1102-universo-layout_site2.jpg)
A descoberta foi compartilhada no final de janeiro em um artigo publicado no site de pré-prints ArXiv. Isso significa que o estudo ainda não foi revisado por outros especialistas, mas já foi aceito pela revista Astronomy and Astrophysics.
Os cientistas detectaram as estruturas de Quipu a aproximadamente 425 milhões e 815 milhões de anos-luz da Terra. Estudos anteriores sugerem que estruturas ainda maiores existem mais profundamente no cosmos.
Até então, o superaglomerado de Shapley era conhecido como a maior superestrutura já descoberta, mas foi eclipsado por Quipu e outras três estruturas gigantes achadas pela mesma pesquisa: a superestrutura Serpens-Corona Borealis, o superaglomerado Hércules e a superestrutura Sculptor-Pegasus, que se estende entre as duas constelações que lhe dão o nome.
Juntas, essas cinco superestruturas contêm 45% dos aglomerados de galáxias, 30% das galáxias e 25% da matéria do universo observável, informaram os pesquisadores no artigo. No total, elas representam 13% do volume do universo.
![1102–Universo-Layout_Site Imagem do superaglomerado Shapley. Imagem de estrelas no universo com quatro manchas vermelhas dentro de uma grande mancha azul esverdeado.](https://media.diadeajudar.com.br/wp-content/uploads/2025/02/12032539/1102-universo-layout_site.jpg)
Entender essas superestruturas é uma peça importante do complexo quebra-cabeça de recriar a história do universo. Elas influenciam, por exemplo, o fundo cósmico de micro-ondas, que é a radiação remanescente do Big Bang que está presente em todo o espaço. Essa radiação é como um eco do início do universo, e as superestruturas podem alterar sua aparência e suas medições.
Os cientistas também notaram que a velocidade das galáxias muda em áreas com superestruturas, onde a expansão local pode confundir as medições da expansão geral do universo, conhecida como constante de Hubble. Além disso, a forte gravidade dessas estruturas pode curvar a luz, fenômeno chamado lente gravitacional, que distorce as imagens de objetos distantes.
“Na futura evolução cósmica, essas superestruturas estão fadadas a se dividir em várias unidades em colapso”, escreveram os pesquisadores. “Portanto, são configurações transitórias. Mas, no momento, são entidades físicas especiais com propriedades características e ambientes cósmicos especiais que merecem atenção especial.”
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Fonte: abril