Umbanda e candomblé são duas religiões conhecidas e praticadas no Brasil. Entretanto, boa parte da população ainda não entende exatamente quais são as diferenças e as semelhanças entre as duas. Já outros as conhecem por meio de estereótipos, que nem sempre estão certos e podem representar intolerância.
Dessa forma, aproveite para entender as características de ambas as crenças, como funciona a incorporação em cada uma delas, quais os rituais, orixás e suas respectivas origens. Além disso, desmistifique algumas fake news sobre macumba, oferendas e sacrifícios. Continue lendo a fim de saber mais!
O que se prega na umbanda e no candomblé?
Você sabe o que as religiões umbanda e candomblé pregam? Resumidamente, ouvimos muito sobre cultuar a natureza, orixás e praticar a caridade. Contudo, para compreender mais sobre ambas é preciso entender um pouco sobre suas origens, crenças e principais definições.
Assim, para começar, a umbanda tem origem no Brasil, mais precisamente no ano de 1908, e mescla elementos do catolicismo, espiritismo e das religiões afro-brasileiras. Já o candomblé teve início na África, mais ou menos no final do século XVI.
Dessa forma, como as religiões surgiram em momento e continentes diferentes, claramente possuem suas próprias individualidades, mesmo que o princípio seja semelhante. Em suma, ambas seguem as leis da natureza, sempre honrando os orixás, considerados divindades para eles.
No entanto, o número de orixás e formas de manifestação é algo importante que as difere. Continue lendo para, dessa forma, entender quais são as principais divergências das religiões.
Principais diferenças e entre umbanda e candomblé
Decerto, umbanda e candomblé possuem uma crença similar, mas não são a mesma coisa. Assim como outras religiões cristãs que divergem em algumas opiniões e existência de determinados santos. Sendo assim, ambas cultuam os orixás, mas não são exatamente os mesmos, entenda um pouco mais sobre essa e outras diferenças!
Orixás
Originalmente, no candomblé são cultuados de 16 a 72 orixás, sendo cerca de 20 o mais comum em boa parte das casas brasileiras.
Já na umbanda, existe um número menor, eles são: Iansã, Iemanjá, Nanã Buruquê, Obaluaê/Omulú, Ogum, Oxalá, Oxum, Oxumaré, Olorum, Oyá, Obá, Egunitá, Oxossi, Xangô e Exu – que pode ser como orixá ou entidade.
Búzios
No candomblé, o jogo de búzios serve para diversas finalidade, principalmente para mostrar quais são os orixás de cabeça dos filhos da casa.
Por outro lado, na umbanda, essa prática não é adotada e tal descoberta é revelada por um guia chefe ou mãe/pai de santo da casa.
Incorporação
A incorporação é bem mais comum na umbanda, onde os médiuns que já se desenvolveram recebem guias como os pretos-velhos, boiadeiros, ciganos, caboclos, exus entre outros.
No candomblé mais ortodoxo, que pode ser melhor entendido através do museu Afro Brasil, isso não ocorre, já que a comunicação é feita apenas através do jogo de búzios que foi explicado no tópico acima.
Canções e pontos
Os pontos e canções em ambas as religiões são tocados no atabaque, instrumento de percussão introduzidos no Brasil por escravos africanos.
A diferença é que as canções na umbanda, mais conhecidas como “pontos” que chamam a energia do guia ou orixá, são em língua portuguesa. Já no candomblé, normalmente, são utilizadas línguas de origem africana como o iorubá.
Sacrifício animal
Diferente do que muitos pensam, o sacrifício animal, atualmente, não é tão comum. No candomblé mais tradicional, há o abate de alguns animais em festas, o que nem sempre continua a ser seguido.
Na umbanda, isso não ocorre e não é necessário sacrifício de nenhum ritual. Inclusive, boa parte das comidas feitas, seja com carne animal ou não, são consumidas dentro da casa.
Qual é a religião que faz macumba?
Primeiramente, você sabe o que é macumba? Macumba é um instrumento de percussão vindo do continente africano. Com isso, a forma como alguns se referem às oferendas e encontros religiosos os chamando de “macumba” pejorativamente, é algo completamente errôneo.
Todavia, muitas pessoas procuram por uma amarração amorosa e encontram diversas propostas na internet e em panfletos espalhados pelos postes de rua. Afinal, isso funciona? Tem alguma relação com umbanda e candomblé?
A realidade é que todas as religiões possuem fiéis com boas e más intenções. Sendo assim, há pessoas que usam a energia sem seguir a lei ou simplesmente podem estar enganando quem está desesperado.
Por fim, umbanda e candomblé não fazem “macumba” como a maioria das pessoas pensam, elas trabalham na abertura de caminhos, trazem espíritos de lei que praticam caridade, dão orientação, honram os orixás entre outras coisas.
Em suma, as oferendas, frutas, flores, velas e objetos a serem entregues para um guia ou orixá não são chamadas de macumba. Recentemente, um professor e historiador da UnB (Universidade de Brasília) comentou que tais entregas serviam como comida para os escravos fugidos, já que havia frango, velas para espantar os mosquitos e pinga para aliviar as dores.
Contudo, sua fala foi distorcida e surgiu um boato de que as oferendas surgiram unicamente para alimentar os escravos, o que não é verdade, mesmo elas tendo servido para isso em alguns momentos.
Conclusão: umbanda e candomblé
Sendo assim, umbanda e candomblé são religiões parecidas entre si, mas com diferenças bem significativas na hora de praticar cada uma delas. Em suma, ambas trabalham com as leis e forças da natureza, além da energia dos orixás. E, é claro, merecem todo o respeito, mesmo de quem não compartilha de suas crenças.
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Fonte: fashionbubbles