A AstraZeneca anunciou nesta segunda-feira, 17, um acordo para a aquisição da empresa de biotecnologia EsoBiotec, vanguardista no mercado de terapias celulares. A empresa é responsável pela plataforma Engineered NanoBody Lentiviral (ENaBL), tecnologia que permite a reprogramação das células imunológicas de um paciente dentro de seu próprio corpo.
As terapias celulares convencionais envolvem um processo longo e complexo: primeiro, as células imunes do paciente são extraídas, depois modificadas geneticamente em laboratório e, por fim, reintroduzidas no organismo depois de uma preparação exaustiva. Todo esse procedimento pode levar semanas, o que aumenta os custos e limita o acesso dos pacientes.
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A proposta da EsoBiotec é diferente. A tecnologia ENaBL “usa lentivírus altamente direcionados para entregar instruções genéticas diretamente a células imunológicas, como os linfócitos T, permitindo que eles reconheçam e destruam células tumorais”, explicou a empresa em comunicado.
Isso significa que a terapia pode ser aplicada por meio de uma injeção intravenosa simples, o que elimina a necessidade de e acelera significativamente o processo de tratamento de doenças como o câncer, por exemplo.
Além disso, a abordagem também tem potencial para tratar doenças imunomediadas, visto que pode reprogramar células para atacar componentes do sistema imunológico que causam patologias autoimunes.
Outro diferencial da tecnologia ENaBL está na segurança e especificidade do vetor lentiviral modificado. Segundo a EsoBiotec, “as modificações introduzidas no vetor garantem que ele atue apenas nas células imunes alvo, evitando a rápida eliminação pelo sistema imunológico do paciente”.
AstraZeneca desembolsa até US$ 1 bilhão na empresa
A aquisição da EsoBiotec pela AstraZeneca se dará por um montante total de até US$ 1 bilhão, livre de dívidas e em dinheiro. O acordo prevê um pagamento inicial de US$ 425 milhões e até US$ 575 milhões adicionais baseados no cumprimento de marcos regulatórios e de desenvolvimento.
A previsão é que a transação seja concluída no segundo trimestre de 2025, sujeita às aprovações regulatórias e demais condições usuais. A EsoBiotec manterá suas operações na Bélgica, onde se localiza a sede da empresa, como uma subsidiária integral da AstraZeneca.
Susan Galbraith, vice-presidente de e hematologia da AstraZeneca, disse estar entusiasmada com a aquisição e revelou acreditar que a plataforma “pode transformar a terapia celular e permitir que mais pacientes em todo o mundo tenham acesso a esses tratamentos inovadores”.
Por sua vez, Jean-Pierre Latere, CEO da EsoBiotec, destacou que essa união entre as empresas será essencial para acelerar o desenvolvimento da plataforma. “A combinação de nossa expertise e recursos acelerará o desenvolvimento de nossa plataforma in vivo, que tem potencial para uma ampla gama de aplicações terapêuticas”, considerou.
Fonte: revistaoeste