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Asteroide ‘Quase-lua’ descoberto por astrônomos após 60 anos acompanhando a Terra

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Um pequeno asteroide que se mantém em sincronia com o movimento da Terra em torno do Sol foi finalmente identificado por astrônomos.

Batizado de 2025 PN7, ele integra a categoria das chamadas “quase-luas” – corpos celestes que não giram em torno do planeta, mas permanecem em sua vizinhança por longos períodos, como se fossem companheiros na mesma estrada ao redor da estrela.

O objeto foi detectado em agosto deste ano pelo observatório Pan-STARRS, instalado no Havaí. Logo depois, cientistas localizaram registros anteriores da rocha em imagens de arquivo, o que permitiu reconstruir sua trajetória. 

As análises, detalhadas em um artigo publicado na Research Notes of the American Astronomical Society, indicam que o asteroide acompanha a Terra desde 1957 e continuará nesse caminho por cerca de mais 60 anos, até que a gravidade do Sol o empurre de volta a uma órbita mais distante.

O 2025 PN7 é considerado minúsculo em termos astronômicos. Estimativas apontam que ele pode ter entre 16 e 49 metros de diâmetro – menor que o comprimento de uma piscina olímpica. A dificuldade em definir seu tamanho exato se deve ao fato de que, por refletir pouca luz, o objeto só pode ser observado em janelas curtas, quando se aproxima da Terra. 

“Ele só pode ser detectado pelos telescópios disponíveis atualmente quando se aproxima do nosso planeta, como aconteceu neste verão”, afirmou Carlos de la Fuente Marcos, astrônomo da Universidade Complutense de Madri e um dos autores do estudo, à CNN. “Suas janelas de visibilidade são poucas e distantes entre si. É um objeto desafiador.”

Quase-luas não devem ser confundidas com as chamadas miniluas. Estas últimas são asteroides ou fragmentos que chegam a ser capturados pela gravidade da Terra e orbitam o planeta por pouco tempo, geralmente alguns meses, até que a atração solar ou a influência de outros corpos celestes as empurre de volta para uma órbita independente ao redor do Sol. Um exemplo foi a 2024 PT5, detectada no ano passado, que deu duas voltas em torno da Terra antes de retomar sua trajetória pelo sistema solar.

Já as quase-luas, como a recém-identificada 2025 PN7, não chegam a ser satélites da Terra. Elas sempre orbitam o Sol, mas em ressonância com o movimento do nosso planeta, o que as mantém por perto durante décadas ou até séculos.

Esse grupo é pequeno, mas inclui Kamoʻoalewa, uma quase-lua que será alvo da missão chinesa Tianwen-2, lançada em maio, com a meta de trazer amostras de sua superfície em 2027.

A presença prolongada desses objetos no entorno terrestre desperta interesse científico porque facilita a realização de missões de exploração com custos mais baixos, já que, por seguirem praticamente o mesmo caminho orbital da Terra, exigem menos combustível e trajetos mais curtos para serem alcançados.

“Esses asteroides são relativamente fáceis de acessar para missões não tripuladas e podem ser usados para testar tecnologias de exploração planetária com um investimento relativamente modesto”, ressaltou de la Fuente Marcos à CNN.

Quanto à origem de 2025 PN7, não há consenso. Ele pode ter vindo do chamado grupo de asteroides Arjuna, pequenas rochas espaciais que circulam em órbitas muito semelhantes à da Terra. Outra hipótese é que seja um fragmento ejetado da Lua após um impacto antigo. Por enquanto, não há dados suficientes para confirmar nenhuma dessas possibilidades. 

Embora ainda existam dúvidas, os cientistas já sabem que a rocha não representa risco de colisão. Simulações indicam que, em seu ponto de maior aproximação, o asteroide esteve a cerca de 300 mil quilômetros de distância – pouco menos do que a distância média da Lua – e pode alcançar até 17 milhões de quilômetros em seu afastamento máximo. 

O novo achado ajuda a compor um quadro mais detalhado sobre como pequenos corpos celestes se movimentam nas imediações da Terra e como interagem com o sistema Terra-Lua. “O sistema solar é cheio de surpresas, então continuamos procurando”, disse de la Fuente Marcos à CNN

O 2025 PN7 permanecerá como um desses vizinhos temporários até 2083, quando deve deixar de acompanhar a Terra e seguir seu caminho pelo espaço. Até lá, será alvo de novas observações que podem esclarecer seu tamanho real, sua origem e seu papel na história do nosso canto do universo.

Fonte: abril

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