A suspensão das linhas de crédito rural referente ao Plano Safra 2024/25, anunciadas pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira (20), “não se limita apenas ao campo”, segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). A entidade afirma que a falta de crédito pode refletir no abastecimento interno, o que deve impactar nos preços dos alimentos e pressionar a inflação.
Em nota, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que irá encaminhar para o Tribunal de Contas da União (TCU) um ofício com o intuito de buscar “respaldo técnico e legal” para retomar as linhas de crédito com recursos equalizados do Plano Safra 2024/25.
Ainda na nota, o Ministério da Fazenda justifica que as linhas foram suspensas pelo Tesouro Nacional visto “necessidade legal” em decorrência da não aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) referente a 2025. A pasta enfatiza ainda que as linhas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), voltadas aos pequenos agricultores, seguem operando normalmente.
Para a Aprosoja-MT, a decisão “é uma medida que gera preocupação e insegurança para os produtores rurais e para toda a cadeia produtiva do agronegócio”, comprometendo não somente a estabilidade financeira do setor produtivo, “mas também a segurança alimentar e econômica do país”.
Ainda conforme a Associação mato-grossense, “o crédito rural é a base para a produção agrícola no Brasil” e que sem tal apoio, que possibilita o investimento em tecnologia e o país a ser mais competitivo no mercado global, os produtores enfrentarão dificuldades para financiar as suas operações, podendo resultar em redução de área plantada, de produtividade, além de aumento os custos operacionais.
“Soja e milho são insumos essenciais para a cadeia produtiva de proteínas, e qualquer dificuldade na produção desses grãos afeta diretamente o preço da carne, do leite e dos ovos, prejudicando toda a população, especialmente as famílias de menor renda”, frisa.
Posição no mercado internacional em risco
A Aprosoja-MT ressalta em nota que a medida do Tesouro Nacional pode colocar em risco a posição do Brasil no mercado internacional. Ela lembra ainda que “o agronegócio brasileiro é um dos principais responsáveis pelo superávit comercial do país, e a insegurança gerada pela falta de previsibilidade nos financiamentos pode afastar investidores, reduzir a competitividade dos produtores e abrir espaço para concorrentes em mercados estratégicos”.
A entidade salienta que a retomada da liberação das linhas de financiamento do Plano Safra “é urgente” e que “é necessário que o governo federal apresente uma solução imediata para evitar prejuízos irreversíveis ao setor produtivo e à economia nacional”.
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Fonte: canalrural