Um projeto para a liberação de recursos voltados a investimentos em energia elétrica, após um levantamento realizado pela Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Colheitas Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir-MT) deu origem a debates junto ao Ministério de Minas e Energia (MME).
O objetivo é ampliar a área de agricultura irrigada em Mato Grosso e em outros estados. Atualmente, existe um déficit energético no país, o que dificulta a instalação de novos pivôs para irrigação.
A Aliança pelo Desenvolvimento Energético dos Polos e Projetos de Irrigação do Brasil será realizada em parceria com o MME, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).
O projeto foi lançado em fevereiro pelo Governo Federal. Entre as propostas de ação, destacam-se a ampliação das estações de energia e a flexibilização das tarifas para os produtores rurais.

“Já há algum tempo temos realizado debates junto à Energisa sobre a necessidade do aumento da capacidade energética em Mato Grosso para que possamos ampliar a área irrigada. Temos o potencial hídrico, mas falta energia para a instalação de novos pivôs, e isso ocorre em todo o estado. Por isso, decidimos auxiliar o Governo Federal nesse processo para que possamos obter investimentos públicos no setor”, afirma o presidente da Aprofir-MT, Hugo Garcia.
No estudo consta a necessidade de ampliação da capacidade energética nas usinas localizadas em Brasnorte, Lucas do Rio Verde, Rondonópolis, Sinop e Sorriso até 2030. Essas regiões são polos agrícolas onde os produtores mais necessitam do aumento da oferta de energia para a irrigação.
Os trabalhos tiveram início em outubro de 2023, com a realização de reuniões técnicas seguidas de audiências públicas. Esses encontros evidenciaram o potencial de desenvolvimento da irrigação em Mato Grosso, que vem enfrentando desafios relacionados à continuidade e qualidade da energia elétrica.
Essa instabilidade afeta não apenas a agricultura, mas também a agroindústria, comprometendo a produtividade e o crescimento econômico do setor.
O levantamento preliminar apontou a necessidade de ampliação dos sistemas de transmissão, que até então não estavam previstos no planejamento do Sistema Elétrico Nacional (SIN) para os próximos cinco anos. Essa defasagem reforça a urgência de investimentos estratégicos para garantir a sustentabilidade do agronegócio em Mato Grosso.
Diante desse cenário, os estudos mostraram que essa articulação entre o setor produtivo e o Poder Público é necessária para garantir a infraestrutura necessária ao desenvolvimento sustentável da agricultura irrigada.
A ampliação da capacidade energética contribuirá não apenas para o aumento da produção, mas também para a segurança alimentar e o fortalecimento econômico do estado e do país.
“Já temos pesquisas que comprovam que o índice pluviométrico continuará caindo no país e, para garantir até mesmo a segunda safra, precisaremos da irrigação. No entanto, para essa ampliação, precisamos de energia elétrica, que atualmente não temos em quantidade suficiente. Por isso, levamos essa demanda ao Governo Federal e agora estamos colhendo os resultados deste trabalho”, enfatiza Hugo Garcia.
Clique aqui, entre em nossa comunidade no WhatsApp do Dia de Ajudar Mato Grosso e receba notícias em tempo real.
Fonte: canalrural