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Apátrida encontra liberdade no Brasil após três décadas sem nacionalidade

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Maha Mamo viveu 30 anos como apátrida, sem direito a documentos ou serviços básicos, até conseguir sua primeira identidade no Brasil em 2014. Filha de sírios nascida no Líbano, não pôde ser registrada como libanesa, e as leis sírias também impediram sua nacionalidade por causa do casamento inter-religioso dos pais.

Em entrevista, Maha explicou que ninguém quer deixar o próprio país, mas as pessoas migram por necessidade. Ela lamenta a falta de empatia em relação aos migrantes e destaca a importância de acolhimento e gentileza.

No Brasil, Maha e sua irmã foram as primeiras reconhecidas oficialmente como apátridas. Em 2018, conquistaram a nacionalidade brasileira, abrindo caminho para uma vida com direitos. Hoje, ela defende o fim das leis que perpetuam a apatridia, realidade de mais de 4 milhões de pessoas segundo a ONU.

Além dos documentos, o Brasil lhe deu liberdade para viver sua sexualidade. Antes, no Líbano, manter relacionamentos com mulheres era crime e tabu. Aqui, ela se sentiu completa e assumida. Casou-se com Isabela Sena, e juntas se mudaram para os Estados Unidos para acompanhar uma proposta de trabalho de Isabela.

A aceitação familiar também marcou essa jornada. Em 2023, Maha contou à mãe sobre seu casamento. O gesto de receber a aliança de família como bênção foi um marco de transformação e aceitação.

Agora, Maha prepara o lançamento do podcast Ser in Love, onde quer refletir sobre o amor e suas experiências, prometendo incluir o português para manter viva a conexão com o país que a acolheu.

Fonte: cenariomt

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