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Aluguel de pastagens impulsiona lucratividade dos pecuaristas em Mato Grosso: saiba como aumentar a produtividade

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Melhorar a produtividade do rebanho leiteiro, garantir alimento farto e de qualidade para o gado de corte e ainda gerar uma outra fonte de renda alugando parte da área de pasto da fazenda. Estas são algumas ações que com conhecimento podem impulsionar o desenvolvimento de uma propriedade rural.

A paixão pelo campo corre nas veias do ‘seo’ Manoel Maria Pereira desde os tempos de criança. Filho e neto de produtores, ele sempre quis escrever a sua própria história no agro e que começou a fazer quando adquiriu a propriedade. Mas, para isso foi preciso muito trabalho, esforço e muito suor.

A propriedade de 116 hectares está localizada em Nova Brasilândia. Antes disso, ‘seo’ Manoel trabalhou por cerca de quatro anos na cidade, além de outros seis em Cuiabá. Ao voltar para Nova Brasilândia trabalhou dois anos com o pai até surgir a oportunidade de adquirir junto com três irmãos uma área de 217 hectares, dos quais 116 atualmente são seus.

No local as atividades desempenhadas são a bovinocultura leiteira e a de corte. Do leite, segundo o pecuarista, é feito o queijo.

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Foto: Israel Baumann/Dia De Ajudar Mato Grosso

“Foi uma grande batalha. Naquela época nós não sabíamos jogar calcário. Com a chegada do Senar é que eu consegui fazer piquete de três hectares, corrigir com calcário e adubação, semente de qualidade para ter uma pastagem boa. Veio sobrar pasto para mais de 70 vacas só nesses três hectares”, comenta o produtor ao programa Senar Transforma desta semana.

O produtor conta que antes da chegada do Senar Mato Grosso, por meio do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Bovinocultura de Leite, utilizava 50 hectares para as vacas leiteiras, onde separava o manejo em uma área de 20 hectares e outra de 30 hectares.

“Então, eu não tinha pasto para o meu gado de corte e tinha que alugar. [Hoje, é] ao contrário e ainda me sobra para algumas para mais 20 cabeças para vizinho. Aumentou mais uma fonte de renda”.

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Foto: Israel Baumann/Dia De Ajudar Mato Grosso

Mudança fruto de um trabalho conjunto

A mudança observada na propriedade do ‘seo’ Manoel é fruto de um trabalho conjunto realizado com a chegada do Senar Mato Grosso: o conhecimento e informação técnica da entidade mais a vontade do produtor em colocar em prática aquilo que era recomendado.

O atendimento da ATeG do Senar Mato Grosso com foco na bovinocultura leiteira na Fazenda 4 Irmãos começou há praticamente três anos e está na fase de encerramento.

Nos últimos dois anos o conhecimento e a informação foram levados pelo técnico de campo Mateus Sodré Ferreira e, conforme ele, a evolução da propriedade é nítida.

“A gente passa por um período transformador. A gente partiu de um sistema de produção tradicional e estamos em constante evolução. Hoje estamos em um sistema de produção mais tecnificado”.

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Foto: Israel Baumann/Dia De Ajudar Mato Grosso

O técnico de campo da ATeG Bovinocultura de Leite explica ao programa do Dia de Ajudar Mato Grosso que no local foram trabalhados desde o básico da pastagem, para proporcionar um alimento de qualidade para os animais, até a questão tecnológica.

Entre os trabalhos, também foi realizada a implantação do sistema de rotação de pastagem em uma área de três hectares.

“Quando nós chegamos na propriedade, o produtor tinha sistema de pastejo extensivo. Então, ele utilizava basicamente 50 hectares para poder alocar de 20 a 30 vacas. Apresentamos para ele a ideia. Separamos três hectares para ele começar, para ele poder acreditar, porque ele não acreditava”.

Na área em questão foram realizadas a gradagem, correção do solo e adubação correta de acordo com a forrageira utilizada pelo produtor.

“A partir do momento em que o produtor viu que os três hectares foram capazes de segurar de 20 a 30 vacas leiteiras, a área que ele usava de forma extensiva passou a ser utilizada para o gado de corte. Dessa maneira o produtor pode ver com os seus próprios olhos a otimização de área. Então ele agregou dessa maneira outra fonte de renda e ainda sobra área até para poder alugar para outros animais e vizinhos da região”, salienta o técnico.

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Foto: Israel Baumann/Dia De Ajudar Mato Grosso

Com o resultado observado nos três hectares de pastejo rotacionado, o intuito na área é agora subdividi-la em piquetes menores de capacidade de um a dois dias, para fazer a adubação pós-pastejo.

“Com isso a gente está utilizando o recurso do produtor, se adequando a condição do produtor”, frisa o técnico.

Aumento da produção incentiva a sucessão

Os resultados da alimentação de forma mais adequada dos animais e a implantação do pastejo rotacionado são refletidos na hora da ordenha. A produção que antes era de aproximadamente 100 litros de leite por dia com um ordenha ao dia e manual, hoje se aproxima dos 280 litros com duas ordenhas ao dia com a ajuda da incorporação da ordenhadeira mecânica.

As mudanças realizadas na Fazenda 4 Irmãos, inclusive, já vêm fazendo a nova geração da família repensar seus planos e seguir os passos do patriarca.

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Foto: Israel Baumann/ Dia De Ajudar Mato Grosso

Victor Manoel Trindade Pereira é o filho mais novo do ‘seo’ Manoel e está hoje cuidando dos negócios da família com o pai. A rotina, conta ele ao Dia de Ajudar Mato Grosso, começa cedo às 5 horas da manhã e vai até às 18 horas. Segundo ele, antes da implantação da ordenhadeira mecânica levavam cerca de 3 horas para ordenhar em torno de 30 vacas e agora levam a metade disso.

“Quando eu vim para cá, o meu pensamento era de ficar alguns meses e depois voltar para a cidade. Com o projeto do Senar, quando eu vim ainda não tinha, eu não tinha renda, porque era pouca. Com o projeto o leite triplicou a produção e com isso nós tiramos leite duas vezes no dia e já sobrou uma renda para mim. aí já deu um incentivo a mais para eu continuar nessa área que eu gosto”.

Sonho realizado, futuro promissor

Ver os animais pastejando, a produção de leite crescendo e o rebanho crescendo para o ‘seo’ Manoel é ver o seu sonho se tornando realidade.

A propriedade dele está neste mês de março encerrando os trabalhos de assistência técnica e gerencial na bovinocultura de leite, porém a partir de abril passa a receber uma nova assistência. Desta vez será para a bovinocultura de corte.

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Foto: Israel Baumann/Dia De Ajudar Mato Grosso

A decisão em buscar uma nova assistência, explica ‘seo’ Manoel, foi porque “eu já senti o gosto”.

“Gostei demais. Enquanto tiver oportunidade nós vamos ficar juntos. Hoje estou com umas 90 cabeças em 116 hectares, sendo de pastagem em torno de 60 hectares. Mas, quero chegar a 300 vacas com o melhoramento dos pastos, correção do solo, calcário, adubação e implantar esse rotacionado no gado de corte. Deu certo com o de leite, com a graça de Deus no de corte também vai dar certo”.

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Fonte: canalrural

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