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Economia

Alta das tarifas preocupa o Banco Central: análise de economista

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A alta das tarifas imposta pelo presidente Donald Trump vai resultar em custos mais elevados para os países que exportam para os Estados Unidos, (EUA) entre eles o Brasil. Em longo prazo, pode provocar a reconfiguração das rotas comerciais, com a busca por novos mercados para compensar as perdas nos tradicionais. 

No curto prazo, com a alta do dólar e quedas na bolsa, o Banco Central (BC) brasileiro, por exemplo, terá dificuldades em reduzir as taxas de juros de imediato, conforme afirma o economista Sérgio Belém Teixeira, especialista em commodities agrícolas, formado pela .

“O momento para o BC na avaliação de taxa de juros é bastante delicado, porque toda essa volatilidade acaba atrapalhando a análise e acaba atrapalhando um pouco da perspectiva”, afirma o economista a . 

“Vínhamos em uma trajetória ascendente da curva de juros, já demonstrou uma diminuição nesse ímpeto de alta, mas [por causa da volatididade] possivelmente ainda teremos mais duas altas de taxa de juros.”

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Teixeira considera que tal turbulência, proveniente das tarifas, ainda está impactando diretamente no câmbio brasileiro, mesmo com um recuo de Trump nos últimos dias. “Em certa medida, a grande preocupação é essa percepção de risco por parte dos agentes, que está fazendo o dólar se valorizar aqui.” 

Segundo ele, essa valorização do dólar costuma gerar um conhecido efeito colateral, principalmente na inflação. E é isto que pode prejudicar a atuação do BC e a busca pela diminuição e o equilíbrio dos preços internos.

Há, porém, um aspecto que pode ser positivo, segundo o economista. A alta do dólar costuma ser benéfica para as vendas do setor agropecuário: “Com o dólar mais alto, o nosso produto também fica mais barato, principalmente a questão das commodities“, destaca Teixeira. “O pessoal do agro ganha, desta maneira, muito espaço para comercialização e aceleração das exportações.”

Relatório do Banco Central

Tal perspectiva é compartilhada pelo BC. No final de março, relatório da instituição declarou que as tarifas comerciais impostas pelos EUA podem impactar a inflação brasileira tanto para cima quanto para baixo.

No entanto, com o dólar ainda pressionado, a tendência de que a inflação continue ameaçando é maior.

“Se essas tarifas provocarem valorização do dólar ou redução do apetite por risco no mercado global, a inflação tende a subir no Brasil, pressionando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)”, declarou o BC.

O relatório ponderou, no entanto, que, caso as altas levem à desaceleração do comércio internacional e da economia global, o real pode se valorizar, o que aliviaria as pressões inflacionárias.

Quando a economia global desacelera, inclusive nos EUA, a tendência é de que haja queda nos juros americanos e diminuição nos preços das commodities (como petróleo, alimentos, minérios).

Nestes casos, os investidores tendem a buscar mercados emergentes, como o Brasil. Isso aumenta a entrada de dólares no país, o que fortalece o real em relação ao dólar.

Como muitos produtos e insumos no Brasil são cotados em dólar (como combustíveis, trigo, tecnologia, etc.), o dólar mais barato reduz os custos de importação.

Uma menor demanda global também induz à queda dos preços de matérias-primas Como o Brasil depende de muitos desses produtos (inclusive para consumo interno), isso poderia ajudar a conter a inflação.

Fonte: revistaoeste

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