A suinocultura tem ganhado cada vez mais papel de destaque no Brasil. Com o surgimento de novas tecnologias, ferramentas de gestão e produtos voltados para a saúde dos suínos, esse mercado tem mostrado força produtiva e competitiva, ajudando a manter o país como o 4º maior produtor e exportador global. Sabendo do peso econômico do setor, é preciso manter as boas práticas em áreas de criação, especialmente no que diz respeito à presença da peste suína clássica (PSC) em parte do território nacional.
A peste suína clássica é uma doença altamente infecciosa, com elevada taxa de contaminação e fatal aos suínos. Conhecida também como febre suína ou cólera suína, ela não oferece riscos à saúde humana ou a outras espécies animais, porém é apontada como uma das doenças mais relevantes na suinocultura, não apenas pela perda direta que causa aos plantéis, mas também pelo seu potencial prejuízo as exportações, e graves consequências econômicas a cadeia.
Hoje, as regiões do Sul, Sudeste e Centro Oeste do Brasil, considerado a maior região produtora de suínos do país concentram a grande maioria da produção tecnificada, e são consideradas zona livre para a doença, porém há estados nas regiões Norte e Nordeste onde ela está presente, e isso figura como um desafio importante, tanto para os criadores quando para os órgãos públicos. Sua ocorrência determina grandes perdas econômicas, tanto provocadas pela alta mortalidade (superior a 90%) quanto pelas alterações reprodutivas que ela causa. “É importante reforçar que os produtores de suínos que convivem com a PSC em seus rebanhos sofrem perdas diretas bastante relevantes, que se dão principalmente em segmentos da sociedade economicamente menos favorecidos, nos quais a criação de suínos representa, muitas vezes, a única fonte de proteína animal ou a principal fonte de renda familiar”, explica Dalvan Veit, Gerente Técnico da área de Suínos da Zoetis.
A contaminação com PSC acontece por via oronasal, causando nos animais febre alta, lesões avermelhadas na pele, conjuntivite, falta de apetite, fraqueza, diarreia e aborto. Para evitar a circulação do vírus, é preciso ficar atento aos cuidados de biossegurança do local da criação, evitar a presença de pessoas estranhas nas granjas e manter bom nível de higiene.
Para que o criador esteja atento e contribua para a erradicação da peste suína clássica, é necessário, além de estar ciente dos cuidados preventivos, identificar os sintomas e saber como agir em caso de PSC. Ao haver suspeita de contaminação, o criador deve isolar a área e os animais — para que a doença não se espalhe para propriedades vizinhas –, evitar a presença de pessoas estranhas no local (sabendo que, apesar do vírus não trazer riscos ao ser humano, o indivíduo pode ser vetor de transmissão, levando o vírus de um lugar a outro) e acionar o órgão de defesa sanitária local, solicitando a presença de um fiscal, que tomará as medidas necessárias para evitar a disseminação da doença.
Programa de Erradicação da Peste Suína Clássica
Além dos cuidados sanitários, a imunização dos animais, especialmente nas regiões afetadas pela PSC, também é uma importante medida de controle. O Plano Estratégico Brasil Livre de Peste Suína Clássica (PSC) foi lançado em 2019 pelo Governo Federal, e por meio da parceria firmada entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a iniciativa privada, iniciaram-se as ações de imunização do rebanho suíno em 2021.. A campanha, que está na sua terceira etapa, segue realizando imunização e promovendo conhecimentos técnicos para os criadores das regiões afetadas. A Zoetis é parceira do Programa, juntamente com associações e instituições regionais e nacionais, e a única empresa em saúde animal que produz a vacina contra a PSC, a Pest-Vac.
“Nesse sentido, promovemos boas práticas e o estímulo à vacinação, cumprindo nossa missão de garantir a saúde animal. Com a nossa atuação junto aos órgãos públicos, vamos além e reforçamos nosso dever social com o desenvolvimento local da suinocultura e para que a peste suína clássica seja erradicada”, diz Dalvan Veit.
“A presença de PSC no Norte e no Nordeste representa o risco real de que a doença chegue à zona livre, por isso devemos enxergar a campanha de imunização como uma aliada para a manutenção da produção nacional, para o desenvolvimento do setor e, acima de tudo, uma oportunidade para que os criadores dessas regiões se adequem às medidas de biossegurança e possam também contribuir para o crescimento da suinocultura”, finaliza o Gerente Técnico.
Fonte: portaldoagronegocio