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Agronegócio

Valorização dos Preços de Banana em Santa Catarina: Impactos Climáticos e Perspectivas Futuras

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De acordo com a mais recente do Boletim Agropecuário da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), divulgada pelo Observatório Agro Catarinense, os preços das bananas em Santa Catarina passaram por uma valorização significativa entre julho e agosto de 2024. Este aumento é atribuído principalmente à redução da oferta, causada por condições climáticas desfavoráveis e problemas fitossanitários.

A cotação da banana-caturra, por exemplo, experimentou um aumento expressivo de 67,9% devido à escassez nacional. Comparado a agosto de 2023, os preços subiram 24,2%; em relação a 2022, o aumento foi de 43,1%; e em relação a 2021, a elevação chegou a 101,0%. As condições climáticas adversas em julho, como precipitações acumuladas e temperaturas abaixo da média, impactaram negativamente o desenvolvimento dos cachos, resultando em preços mais altos. Em agosto, as geadas e o frio intenso continuaram a restringir a oferta. Apesar disso, há expectativas de uma possível desvalorização em setembro devido à perda de qualidade dos cachos, que apresentam frutos menores e na colheita.

Para a banana-prata, os preços subiram 25,9% entre julho e agosto de 2024, impulsionados pela demanda crescente, apesar da concorrência com outras frutas. Em agosto, os preços estavam 17,2% acima do mesmo mês do ano anterior, 34,9% superiores a 2022 e 125,4% maiores em relação a agosto de 2021. Em julho, a demanda foi mais baixa devido às férias escolares, mas o aumento na demanda em agosto resultou em preços mais elevados. As expectativas apontam para uma possível estabilização dos preços, com a demanda alta pela variedade, embora a concorrência com outras frutas possa influenciar o mercado.

No Norte de Santa Catarina, a oferta de banana-caturra foi reduzida entre julho e agosto, elevando os preços devido ao menor desenvolvimento dos cachos causado pelas condições climáticas adversas. Em agosto, o clima seco, as baixas temperaturas e as chuvas leves impactaram negativamente a qualidade dos frutos. Em setembro, as cotações podem ser influenciadas pela redução na qualidade dos frutos e pela falta de chuvas durante o desenvolvimento dos cachos.

No Litoral Sul, a banana-prata apresentou valorização de preços entre julho e agosto, beneficiada pelas chuvas esparsas que ajudaram no desenvolvimento dos cachos, além de variações nas temperaturas. Espera-se que, em setembro, a demanda e a melhoria na qualidade dos frutos continuem a pressionar os preços para cima.

No mercado atacadista estadual, os preços da banana-caturra aumentaram 33,3% entre julho e agosto de 2024 devido à redução da oferta, enquanto a banana-prata teve um aumento de 11,5%, beneficiada pela melhoria na qualidade e pelo fim das férias escolares. Comparado ao agosto do ano anterior, houve uma desvalorização de 6,4% para a banana-caturra e uma valorização de 0,5% para a banana-prata. No entanto, os preços das duas variedades mostraram um aumento significativo em comparação com agosto dos anos anteriores, com elevações de 9,1% e 15,2% em relação a 2022 e 49,3% e 60,4% em relação a 2021.

Entre janeiro e agosto de 2024, as Centrais de Abastecimento de Santa Catarina (Ceasa-SC) comercializaram 6,4 mil toneladas de bananas, representando um aumento de 44,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. O valor negociado subiu para R$ 23,9 milhões, com uma expansão de 45% em comparação a 2023. Desse total, 61,4% do volume e 58,3% do valor negociado referem-se a bananas catarinenses. Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp-SP), a banana catarinense representou 6,4% do volume comercializado e 5,0% do valor negociado, com aumentos significativos na quantidade e no valor em relação ao ano anterior.

No Sudeste, a banana-nanica viu seus preços elevados devido à oferta reduzida, embora eventos climáticos adversos possam impactar os preços em setembro. No Norte de Minas, a oferta limitada e problemas fitossanitários ajudaram a manter os preços estáveis. No Vale do Ribeira, a redução da oferta entre julho e agosto pressionou a alta dos preços. Na Bahia, apesar da oferta limitada pelos impactos climáticos, os preços se mantiveram elevados, mas espera-se uma recuperação na produção e uma possível desvalorização devido ao aumento da oferta.

Quanto às exportações, o Brasil exportou bananas no valor de US$ 12,6 milhões entre janeiro e agosto de 2024, uma redução de 44,7% em relação ao ano anterior, com um volume de 30,8 mil toneladas, 50,4% menor que em 2023. Santa Catarina contribuiu com 46,9% do valor das exportações, totalizando US$ 5,9 milhões e 15,5 mil toneladas. Em comparação a 2020 e 2021, o volume de exportações catarinenses caiu significativamente, refletindo uma tendência de redução na produção e na demanda global.

Para a produção de banana em Santa Catarina, a estimativa é de um crescimento de 16,8% na produção total e um aumento de 13,8% na produtividade média. O Litoral Norte e o Litoral Sul destacam-se com aumentos significativos na produção e na produtividade.

Fonte: portaldoagronegocio

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