Nos últimos cinco anos, o preço das terras agrícolas no Brasil mais que dobrou, registrando um crescimento de 108% entre 2018 e 2023, segundo um relatório da Scot Consultoria. Essa valorização foi impulsionada pela alta nos preços das commodities agrícolas, como o boi gordo, o milho e a soja, que têm atraído investimentos significativos para a compra de terras.
De 2022 para 2023, o preço das terras agrícolas no país subiu 16,3%, o que representa um aumento de R$ 4,4 mil por hectare. A valorização foi ainda mais expressiva no caso das terras destinadas à pastagem, que registraram um crescimento de 19,6% no mesmo período. O setor florestal também acompanhou essa tendência, com o preço do metro cúbico da tora de Ipê no mercado doméstico crescendo 14,7% em dólar entre 2013 e 2023. No mercado internacional, o metro cúbico da madeira serrada de Mogno Africano, seca em estufa, subiu 7,1%, enquanto a madeira seca ao ar livre teve um aumento de 4,2%.
Esses números refletem um cenário favorável para o investimento em florestas plantadas, uma modalidade que vem ganhando destaque como uma alternativa segura e atrativa dentro do agronegócio brasileiro. A expansão do território destinado a essa atividade também é notável. De acordo com o estudo “Projeções do Agronegócio, Brasil 2018/19 a 2028/29”, a área total de lavouras no Brasil deve crescer de 75,4 milhões de hectares para 85,68 milhões até 2029, o que representa um aumento de 10,3 milhões de hectares em uma década.
A silvicultura, em particular, tem se expandido rapidamente. Entre 1985 e 2022, o espaço destinado ao cultivo de florestas plantadas cresceu seis vezes, passando de 1,5 milhão para 8,8 milhões de hectares, conforme aponta o mapeamento do MapBiomas. No bioma Pampa, esse crescimento foi ainda mais impressionante, com um aumento de 17 vezes no período.
Gilberto Capeloto, gerente comercial do Instituto Brasileiro de Florestas (IBF), explica que o crescimento da agricultura tem impactado positivamente o setor de ativos florestais. “O mercado de florestas plantadas demanda a aquisição de terras agrícolas para o cultivo, e essa alta valorização nos últimos anos também reflete no ramo florestal. Investir em terras é atraente pela segurança que proporciona, especialmente em períodos de instabilidade financeira. Além da compra das terras, o investimento em reflorestamento comercial, como o cultivo de madeira nobre, é considerado uma opção conservadora, com retorno a longo prazo e proteção de patrimônio”, afirma Capeloto.
O IBF administra um Polo Florestal de Mogno Africano em Pompéu, Minas Gerais, onde são cultivados mais de 5 mil hectares dessa espécie exótica, conhecida por sua madeira nobre. O projeto atraiu mais de 350 investidores, entre médicos e empresários, que veem no setor florestal uma alternativa segura e lucrativa.
Fonte: portaldoagronegocio