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Agronegócio

Usinas de MT não veem risco de oferta em 2022 mesmo que China compre milho, diz Imea

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Usinas de MT não veem risco de oferta em 2022 mesmo que China compre milho, diz Imea

As usinas de etanol de milho não devem ter risco de oferta de matéria-prima, mesmo diante de um cenário em que a China passe a importar o cereal brasileiro ainda neste ano, visto que as compras da indústria já foram realizadas antecipadamente, disse nesta segunda-feira o superintendente do Imea, Cleiton Gauer.

A exportação do Brasil para os chineses, que está sendo negociada pelos governos dos dois países, tende a causar um repique de alta para os preços domésticos do milho, mas o setor de etanol só sentiria esse impacto nas compras deste ano para o produto que será entregue em 2023.

“O impacto no preço vai depender muito do volume que os chineses vão comprar”, disse ele à Reuters durante evento em São Paulo.

“Com relação à oferta não vejo um problema, porque o que grande parte das indústrias processa e opera agora é um milho comprado antecipadamente”, acrescentou especialista do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária.

O presidente-executivo da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco, acrescentou que as negociações das usinas para aquisição do cereal são feitas, em sua maioria, por meio de contratos a termo.

“Não se pode comprar da mão pra boca, precisamos ter um mínimo de previsibilidade”, disse.

Gauer comentou que foi a indústria de etanol quem trouxe esta prática de compras antecipadas para o mercado de milho em Mato Grosso, contribuindo também com a expansão de produção do cereal.

Segundo o presidente da Unem, nos últimos cinco anos, a área de milho segunda safra cresceu cerca de 50% em Mato Grosso e parte disso se deve à expansão das usinas do biocombustível.

Dados da entidade que representa as usinas indicam que a produção de etanol de milho do Brasil na safra 2022/23, iniciada em abril, deve alcançar 4,5 bilhões de litros, aumento de 31% em relação à temporada anterior –Mato Grosso reúne a maior parte do setor.

O volume de milho processado pelas usinas também deverá aumentar de 7,98 milhões de toneladas, na safra passada, para 10,38 milhões de toneladas.

Com isso, o etanol de milho deverá ampliar sua participação na produção total do biocombustível, passando de 12,5% para 15%. A fatia restante corresponde ao produto fabricado a partir da cana-de-açúcar.

“Na safra 2030/31, a produção de etanol de milho chegará a 9,6 bilhões de litros e a participação na produção nacional total de etanol ficará entre 22% e 23%”, estimou Nolasco.

Atualmente, 18 usinas processam o cereal para fabricação do biocombustível no Brasil.

INSUMOS

Atenta às projeções positivas para o mercado de etanol de milho, a companhia de biotecnologia Novozymes anunciou durante evento que vai inaugurar no final deste ano, no Paraná, sua primeira planta de levedura para atender o mercado de biocombustíveis em toda a América Latina.

Sem revelar o valor do investimento, o presidente regional da Novozymes para América Latina, William Yassumoto, disse à Reuters que a levedura é um insumo fundamental para o processo produtivo de etanol de milho, utilizado na fermentação da matéria-prima.

“Até agora, tínhamos importado a levedura para fornecer às usinas… estamos olhando para um mercado que está crescendo”, afirmou o executivo, citando que a empresa já atende 18 usinas.

A nova planta será instalada no município de Araucária, onde a companhia já tem operações de produção de enzimas que também são fornecidas para fabricantes de etanol de milho.

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