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Agronegócio

Transição para práticas mais sustentáveis no agronegócio é possível, mas depende de investimento

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Transição para práticas mais sustentáveis no agronegócio é possível, mas depende de investimento

Um dos pilares da economia brasileira, o agronegócio é frequentemente apontado como vilão para a natureza. Acontece que não precisa ser assim. Já é possível produzir alimentos, inclusive para exportação, e ainda assim, conservar e restaurar a vegetação nativa no Brasil. Essa realidade, apoiada pela ciência, vem sendo um mantra entoado em conjunto por lideranças do setor em diálogo com organizações da sociedade civil. Mas, para que isso ocorra e seja adotado por produtores rurais, é necessário criar e oferecer mecanismos financeiros que permitam o investimento em práticas mais sustentáveis para o agronegócio.

O quinto episódio do podcast Isso Também é Floresta, que acaba de ser lançado pelo Partnerships for Forests (P4F), explora os desafios e oportunidades para agentes financeiros inovarem na oferta de produtos que façam sentido para setores do agronegócio preocupados com a agenda ambiental, social e de governança (ESG).

“O acesso a recursos com taxas de prazos interessantes competitivos ainda é um gargalo para implementação de práticas e iniciativas sustentáveis na agricultura e na pecuária”, explica Tatiana Alves, diretora de finanças sustentáveis na Palladium,que implementa o P4F. Ela destaca, entre outros fatores, taxas competitivas, que estimulem o interesse dos produtores rurais em testar pacotes tecnológicos e novos modelos de uso da terra, bem como prazos interessantes que permitam que vejam também os retornos desses investimentos. “É uma de cultura”, resume.

A emissão dos CRA Verdes (Recebíveis do Agronegócio) é um exemplo. Utilizada há algum tempo pelo agronegócio, recentemente a ferramenta começou a ser usada também por pequenos produtores rurais. Mas é preciso lembrar que, quando se fala em investimentos, entram em cena conceitos como o de apetite de risco, segurança e a leitura dos mercados. “Precisamos de uma espécie de seguro para garantir que, tanto o produtor quanto o investidor, estejam dispostos a correr esse primeiro risco”, afirma João Pacífico, que é C.O. e ativista do Grupo Gaya, que tem como uma de suas metas educar o universo financeiro sobre o investimento de impacto socioambiental positivo e mensurável.

O caso da plataforma Produzindo Certo também é explorado como exemplo prático de assistência técnica que apoia produtores rurais rumo à sustentabilidade. Atuando em países como Brasil, México, Panamá, Colômbia e Argentina, a empresa conecta quem produz melhor aos compradores que estão de olho em atributos socioambientais. “O agronegócio brasileiro não tem uma imagem tão legal lá fora, mas a maioria dos produtores quer fazer a coisa certa”, afirma Aline Locks, CEO da Produzindo Certo. Ela também destaca que os mecanismos financeiros que valorizem a produção responsável, como os ativos ambientais, precisam ser multiplicados e democratizados, incluindo também os pequenos e médios produtores. “A conta precisa fechar”, conclui.

O episódio já está disponível e pode ser ouvido, na íntegra, no Spotify.

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Fonte: portaldoagronegocio

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