Apartir desta semana, uma equipe de técnicos da Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (SFA-MT) vai percorrer 12 municípios para identificar propostas de projetos que se enquadrem nos objetivos do programa BID Pantanal. Com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o programa está sendo construído e a etapa atual é a de fazer visitas técnicas que irão subsidiar a carta-consulta que será submetida à instituição.
A chefe da Divisão de Desenvolvimento Rural (DDR) da superintendência, Janice Barddal, é a coordenadora técnica dos trabalhos do programa em Mato Grosso. De acordo com ela, as visitas são “para levantamento de informações, captação e avaliação de sugestões de projetos envolvendo renda, saneamento, infraestrutura e educação, com interface na agropecuária, junto às prefeituras e à sociedade organizada”.
“O objetivo é subsidiar a carta-consulta referente ao Programa de Desenvolvimento do Pantanal que será financiado pelo banco. O BID abrange desenvolvimento sob quatro perspectivas – econômica, social, ambiental e tecnológica -, e o programa que está sendo construído possui os quatro eixos citados”, explicou Janice.
O superintendente da SFA-MT Maurício Munhoz contextualiza a área em que o programa deverá atuar.
“O Mato Grosso tem diversas desigualdades regionais. Algumas regiões estão prosperando muito por conta da agricultura em escala, com soja, algodão, as commodities exportáveis. A região da Baixada Cuiabana, que será trabalhada no programa, ficou muito para trás em termos de desenvolvimento econômico. A agricultura familiar tem muita dificuldade de se desenvolver por aqui, apesar de ter muita aptidão para isso”, explicou Maurício.
Nessa perspectiva citada pelo superintendente, a aposta é nos Arranjos Produtivos Locais (APLs).
“O que estamos fazendo é fomentar, especialmente os APLs que já existem, a exemplo de banana, mandioca, peixe, gado leiteiro e de corte. Os projetos terão começo, meio e fim e tem o objetivo de agroindustrializar a produção, numa linguagem de agricultura de baixo carbono, e fomentar o máximo possível a ideia de agroecologia”, afirmou ele.
Janice espera “que sejam apresentados projetos que envolvam a agropecuária local, especialmente os APLs, que sejam de interesse das comunidades, que atendam aos aspectos econômicos, sociais, tecnológicos e ambientais”.
Importância e formas de acompanhamento
Um ponto essencial para o sucesso do programa será o bom funcionamento da assistência técnica, por meio da qual os projetos poderão ter mais efetividade. Esse ponto é exigência do próprio formato de APLs. Além da assistência técnica, Maurício afirma que “outra forma de acompanhamento é a comercial, em que há a preparação das comunidades que serão atendidas para pensar comercialmente”.
“Além da própria prestação de contas, que é exigência do BID, estamos focando muito nesse acompanhamento e estamos criando uma central para seguir as metas do programa”, disse o superintendente.
Nos 12 municípios mato-grossenses que deverão ser beneficiados, o programa deverá investir cerca de R$ 1 bilhão. A previsão de início dos projetos é 2024. O BID Pantanal também deverá ser oferecido no Mato Grosso do Sul. Além do Centro-Oeste do país, o BID deverá financiar projetos no Norte e no Nordeste.
Confira o cronograma de visitas técnicas no Mato Grosso, que sempre serão feitas em parceria com as respectivas prefeituras municipais:
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Fonte: portaldoagronegocio