O agronegócio paulista obteve um superávit de 9,7% nos primeiros sete meses de 2024, apesar de uma ligeira queda nas exportações em julho. As exportações do setor cresceram 9,6%, totalizando US$16,83 bilhões, enquanto as importações aumentaram 9,3%, atingindo US$3,28 bilhões. Como resultado, o saldo da balança comercial permaneceu positivo, com um superávit de US$13,55 bilhões, refletindo um crescimento de quase 10% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O estudo realizado por Carlos Nabil Ghobril, coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), e pelos pesquisadores José Alberto Ângelo e Marli Dias Mascarenhas Oliveira, do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), vinculados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, revela que as exportações do agronegócio paulista representaram 42,8% do total exportado pelo estado, enquanto as importações do setor corresponderam a apenas 7,6% do total importado. Esse desempenho foi crucial para mitigar o déficit comercial de US$17,20 bilhões registrado pelos outros setores da economia paulista.
Principais Produtos Exportados
Entre janeiro e julho de 2024, os principais produtos exportados pelo agronegócio paulista foram:
- Complexo Sucroalcooleiro: US$6,51 bilhões, com o açúcar representando 92,2% e o álcool etílico (etanol) 7,8%.
- Produtos Florestais: US$1,83 bilhão, sendo a celulose responsável por 54,0% e o papel 38,4%.
- Carnes: US$1,81 bilhão, com a carne bovina destacando-se com 83,4%.
- Complexo Soja: US$1,77 bilhão, com a soja em grão correspondendo a 81,4%.
- Sucos: US$1,36 bilhão, dos quais 97,6% referem-se ao suco de laranja.
Esses cinco grupos de produtos representaram 79,0% das exportações do agronegócio paulista. O café, tradicionalmente forte no estado, ficou na sexta posição com vendas de US$737,40 milhões, dos quais 73,3% referem-se ao café verde.
Comparado ao mesmo período de 2023, destacam-se os seguintes aumentos em valor exportado: complexo sucroalcooleiro (+31,8%), café (+31,0%), sucos (+20,0%), produtos florestais (+15,0%) e carnes (+4,3%). Em contraste, o complexo soja apresentou uma queda significativa de 36,7% no valor exportado.
Participação do Agronegócio Paulista no Contexto Nacional
São Paulo representou 17,2% das exportações brasileiras do agronegócio, um aumento de 1,4 pontos percentuais em relação ao ano anterior. O estado é o segundo maior exportador do agronegócio no brasil, atrás apenas de Mato Grosso (18,5%). O Paraná ocupa a terceira posição com 11,1%, seguido por minas Gerais (9,9%) e Rio Grande do Sul (8,2%).
Os produtos do agronegócio paulista que mais se destacaram nas exportações nacionais foram sucos (85,6%), produtos alimentícios diversos (73,2%) e o complexo sucroalcooleiro (59,0%).
Desempenho do Agronegócio Brasileiro
No cenário nacional, as exportações do agronegócio brasileiro cresceram 1,0% em relação ao ano anterior, atingindo US$97,80 bilhões, o que representa quase metade (49,3%) das exportações totais do país. As importações do setor também aumentaram 15,9%, totalizando US$11,25 bilhões, correspondendo a 7,6% das importações brasileiras. O saldo da balança comercial do agronegócio foi positivo, com um superávit de US$86,55 bilhões, embora tenha sido ligeiramente inferior (-0,7%) ao registrado no mesmo período de 2023.
Principais Produtos Exportados pelo Agronegócio Brasileiro
Os principais produtos exportados pelo agronegócio brasileiro foram:
- Complexo Soja: US$39,52 bilhões, com a soja em grão representando 83,3% e o farelo de soja 14,7%.
- Carnes: US$14,18 bilhões, com carne bovina (48,1%), carne de frango (38,3%) e carne suína (11,2%) como principais itens.
- Complexo Sucroalcooleiro: US$11,04 bilhões, com o açúcar correspondendo a 94,1% e o etanol 5,8%.
- Produtos Florestais: US$9,95 bilhões, principalmente celulose (60,5%) e madeira (24,6%).
- Café: US$6,22 bilhões, destacando-se o café verde (91,7%).
Esses cinco grupos representaram 82,8% das exportações do agronegócio brasileiro. Comparado ao mesmo período de 2023, o café (+47,6%), o complexo sucroalcooleiro (+44,0%), os produtos florestais (+14,9%) e as carnes (+4,2%) tiveram aumentos significativos, enquanto o complexo soja apresentou uma queda de 15,4%.
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Fonte: portaldoagronegocio