Uma das apostas para o aumento da oferta global é a Índia. O mercado espera que nesta semana as autoridades de Nova Délhi anunciem a primeira tranche de cota de exportação de açúcar, que, segundo as previsões, será de 6 milhões de toneladas. “Precisamos ter açúcar saindo da Índia para atender a demanda mundial”, disse Jeremy Austin, head de açúcar da Sucden, durante a 22ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol.
Para ele, o mundo pode precisar de um volume de açúcar indiano maior do que o esperado para esta primeira tranche. O nível de preços internacionais que hoje estimulam as usinas indianas a exportar açúcar caiu nos últimos meses e agora está perto de 18,8 centavos de dólar a libra-peso. Esse “teto”, inclusive, está limitando a alta da commodity, afirmou.
A oferta do Centro-Sul do Brasil, por sua vez, só deve começar a fazer diferença no alívio de oferta no mercado global e, portanto, nos preços, no fim do próximo ano, acredita Austin. Além disso, a definição da produção brasileira ainda depende das chuvas de verão, lembra.
A decisão de mix produtivo da próxima safra também deve ter impacto sobre esses volumes, mas o cenário está mais turvo por causa da incerteza sobre o futuro da isenção fiscal de PIS/Cofins sobre a gasolina em 2023.