O setor cacaueiro do Peru dispõe de um novo instrumento técnico para manter a inocuidade do cacau e promover a sustentabilidade das exportações do produto e de seus derivados.
Trata-se do “Manual de Boas Práticas Agrícolas para o Cultivo de Cacau”, elaborado pelo Serviço Nacional de Sanidade Agrária (SENASA), o Instituto Nacional do Inovação Agrária (INIA) e a Direção Geral de Desenvolvimento Agrícola e Agroecologia (DGDAA), as três entidades do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Irrigação (MIDAGRI); e a coordenação técnica do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
O manual, disponível no repositório institucional do IICA no link https://repositorio.iica.int/handle/11324/21346, é composto por 84 páginas e aborda os principais pontos críticos ou critérios de cumprimento das Boas Práticas Agrícolas (BPA), as quais foram desenvolvidas como uma estratégia para a produção primária de alimentos inócuos, com respeito ao meio ambiente e à saúde e segurança dos trabalhadores.
O documento desenvolve aspectos para melhorar o conhecimento das pragas do cacau e sua gestão integrada, além de oferecer recomendações para a mitigação do cádmio no cultivo e medidas de prevenção da COVID-19.
Foi gerido em consulta com atores da cadeia de cacau dos setores público, privado e da cooperação, para que se validassem as necessidades de capacitação.
A nova ferramenta é voltada para extensionistas, assistentes técnicos do cultivo, produtores e outros atores interessados.
“Esperamos que esse bem público contribua para o bem-estar das produtoras e dos produtores agrícolas dedicados ao cultivo de cacau, bem como de suas famílias e comunidades nos territórios rurais”, indicou Erika Soto, especialista em Tecnologia, Inovação, Sanidade Agropecuária e Inocuidade dos Alimentos do IICA no Peru.
O manual soma-se a um curso virtual gratuito realizado no ano passado, do qual participaram 26 assistentes técnicos do cultivo de cacau das regiões produtoras de Junín, Pasco, Huánuco, Amazonas, San Martín, Piura e Cajamarca, das cooperativas cacaueiras, do INIA, da Comissão Nacional para o Desenvolvimento e Vida sem Drogas (DEVIDA) e do projeto Maximizando Oportunidades em Café e Cacau nas Américas (MOCCCA).
O Peru é reconhecido internacionalmente como país exportador de cacau de aroma fino. Esse cultivo é produzido em 181.000 hectares localizados em 16 de suas 24 regiões.
Com uma produção de 160.000 toneladas, é considerado Patrimônio Natural da Nação desde 2010 e envolve 100.000 famílias, principalmente da agricultura familiar, e gera 13 milhões de salários diários por ano e mais de US$300 milhões em exportações, segundo dados do MINAGRI em 2021.
Fonte: portaldoagronegocio