A presença de Salmonella na avicultura é motivo de preocupação para os produtores, visto que a contaminação pode afetar significativamente a cadeia de produção de aves. Segundo um artigo do Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio Avícola (CAPTAA), do Instituto Biológico do Estado de São Paulo, entre 3 e 5 a cada 10 carcaças de frangos congelados ou resfriados podem estar contaminadas por essa bactéria.
Eva Hunka, médica-veterinária e gerente de produtos e serviços técnicos para vacinas da Phibro, explica que a Salmonella abrange um amplo grupo de bactérias, com mais de 2.500 espécies, cuja importância varia de acordo com o tipo. Enquanto algumas cepas não causam doenças em aves, mas representam riscos para a saúde humana, outras podem provocar doenças clínicas nas aves, gerando desafios sanitários importantes, especialmente em poedeiras comerciais.
A contaminação por Salmonella é multifacetada, ocorrendo por meio de diferentes vias, desde o contato com outros hospedeiros até a ingestão de alimentos contaminados. Eva destaca a complexidade do controle dessa bactéria, enfatizando a necessidade de medidas integradas de biosseguridade, vacinação, controle de pragas e educação contínua dos trabalhadores para minimizar os riscos de contaminação.
Em relação ao tratamento, a gerente de negócios biológicos da Phibro esclarece que, embora seja possível tratar os sintomas da doença clínica com antibióticos, uma vez que o lote é positivo para Salmonella, permanecerá assim. No caso das cepas que não causam doenças clínicas, o objetivo do tratamento é reduzir a carga bacteriana no ambiente, porém o lote continuará sendo considerado positivo. Dependendo da gravidade da contaminação, pode ser necessário abater o lote afetado.
Eva ressalta a complexidade do controle da Salmonella, enfatizando que não há uma solução única e definitiva. É essencial implementar um programa abrangente de controle para minimizar os riscos de contaminação, embora a eliminação completa do patógeno seja um desafio constante na indústria avícola.
Fonte: portaldoagronegocio