Sophia @princesinhamt
Agronegócio

Safra de Feijão no Paraná: Expectativas de Crescimento podem ser Superadas

2024 word3
Grupo do Whatsapp Cuiabá

A safra de feijão no Paraná tem mostrado sinais de acima das previsões iniciais da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (SEAB-PR). A área plantada pode superar os 150 mil hectares, indicando que este será o maior cultivo da leguminosa nos últimos cinco anos. O custo de produção da safra está estimado em R$ 184 por hectare, com uma expectativa de 30 sacas por hectare.

Até o momento, o clima tem sido favorável às lavouras do estado, o que eleva a expectativa de produtividade para até 40 sacas por hectare entre os produtores mais cuidadosos. Com isso, o custo de produção poderia cair para menos de R$ 140 por saca, conforme estimativas da SEAB. Contudo, uma dúvida surge em relação à consistência da exportação brasileira de feijão-preto. Se a combinação de exportações, a quebra da segunda safra do Paraná e o consumo interno foram suficientes para elevar os preços acima de R$ 300, por que, atualmente, o mercado está estável entre R$ 240 e R$ 250 para mercadorias de boa qualidade?

A resposta passa pela dinâmica do mercado internacional. A maior parte das exportações brasileiras foi realizada antes da colheita da , que registrou uma quebra histórica na produção de feijão. Naquele momento, boa parte da safra dos Estados Unidos já estava negociada com o México e outros paí da América Central. Posteriormente, entre setembro e , as colheitas nos Estados Unidos e no México ocorreram, o que resultou em um momento desfavorável para a oferta de feijão no mercado externo. Além disso, os altos custos de frete internacional – com aumentos de até 70% em algumas rotas – limitaram ainda mais a competitividade do feijão brasileiro no mercado global.

Fatores conflitos geopolíticos e tensões em canais estratégicos, como o Canal de Suez, também têm impactado a logística internacional. As políticas de oligopólios no setor de frete marítimo, que ajustam a disponibilidade de contêineres e navios conforme seus próprios interesses, têm sido outro fator limitante. Esses elementos têm resultado em fretes elevados, com preços comparáveis aos níveis registrados durante a pandemia.

Diante desse cenário, o que os produtores de feijão-preto devem fazer? Embora não haja previsões precisas, uma estratégia possível seria a venda de 50% da produção agora, 25% no início de dezembro e, se houver disposição para assumir riscos, o restante em janeiro, quando as empresas retornam das férias coletivas e começam a se preparar para a compra do feijão novo do Paraná. Nesse período, é possível que ocorra um descompasso temporário entre o volume disponível de feijão recém-colhido e a demanda do mercado.

Fonte: portaldoagronegocio

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.