Embora ainda seja prematuro definir números exatos para a safra de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil em 2025/26, a Hedgepoint Global Markets projeta uma possível recuperação em relação ao ciclo atual, que foi severamente afetado pela seca e, mais recentemente, por queimadas no principal estado produtor do país.
“A previsão para 2025/26 indica uma recuperação em comparação a 2024/25, embora ainda distante do recorde observado em 2023/24. Trata-se de uma avaliação preliminar, pois ainda é cedo para estimativas definitivas”, afirmou Lívea Coda, coordenadora de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, durante uma apresentação realizada nesta terça-feira.
A consultoria estima que a produção de cana-de-açúcar do centro-sul em 2025/26 deve atingir cerca de 620 milhões de toneladas, ligeiramente acima das 614 milhões previstas para o ciclo atual. A produção de açúcar também deve crescer, com uma projeção de 42,5 milhões de toneladas, frente aos 40,28 milhões de toneladas esperados para 2024/25.
Durante a conferência promovida pela Novacana, Coda ressaltou que o plantio de cana-de-açúcar em 2024 está, até o momento, abaixo do registrado em 2023. Essa redução na área plantada pode resultar em canaviais mais envelhecidos em 2025. Contudo, a especialista destacou que “fatores relacionados à terra podem ser compensados por um clima mais favorável, o que possibilitaria uma recuperação na produtividade”, após a severa seca que afetou o centro-sul, incluindo queimadas em partes dos canaviais paulistas.
Embora a cultura da cana tenha sentido os efeitos das adversidades climáticas em 2024, algumas usinas começaram a recuperar áreas anteriormente perdidas para a concorrência da soja nos anos de 2020 e 2021, segundo Coda. Ela também apontou que as expectativas para os próximos meses são de chuvas dentro ou acima da média, o que deve ajudar a compensar os impactos causados pelo clima desfavorável no ciclo anterior.
A próxima safra deve seguir com um perfil mais voltado para a produção de açúcar, com 52% da matéria-prima destinada ao adoçante, em comparação aos 49,1% do ciclo atual, que foi impactado pela qualidade da cana e pelos incêndios recentes. Na previsão anterior, o “mix” açucareiro já estava estimado acima dos 50%.
Fonte: portaldoagronegocio